terça-feira, 1 de junho de 2010

Blogar, simplesmente!


Foto: Salto para a alegria, de José Emílio Perillo

Dia desses, fui invadido pela curiosidade, após visitar um blog que acompanho e me deparar com um convite para a “2ª Blogagem Coletiva”, cujo tema era “Fotografe e conte a história”.

Blogueiro iniciante que sou, mesmo ressabiado, lembrei-me de um texto que publicara semanas atrás. Não contive o ímpeto e decidi que deveria viver a experiência.

Contatos feitos, ajeitei meu texto, inseri o ícone da 2º Blogagem proposta pelo Espaço Aberto e mergulhei na maratona. Visitei cada um dos blogs participantes, cinqüenta no total! Cada qual mais bonito que outro, recheados de efeitos, cores cintilantes, arranjos e layouts convidativos. Tanta vibração! Tantas vidas se misturando! Tanta gente, se fazendo conhecer e costurando relações de amizade e mútua cumplicidade!

O tema, único, revelou plurais compreensões e, em igual medida, múltiplas formas de expressão: poesia, prosa poética, crônicas, enfim, rimas e textos exuberantes, a explicitar sentimentos e verdades confessadas na virtualidade dos encontros.

Eu, navegante do instante, busquei em cada comentário postado, ser um pouco analista e sintetista, interpondo à racionalidade, grandes pinceladas de intuição, com a devida humildade para assumir o meu próprio tamanho. Ainda assim, insisti na consciência dual, buscando enxergar a mínima parte no todo e o todo na imensidão da parte. Só podia nascer encantamento!

Conjugar o verbo blogar é desafiador e ao mesmo tempo hipnótico. Ninguém melhor do que JefhCardoso para falar sobre isso:

“O Blog, á nossa maneira, á maneira do blogueiro amador, blogueiro por amor, não dá dinheiro; mas dá prazer. Isso sim. Quando bem trabalhado dá muito prazer. Quando elaboramos uma postagem nos percorre os sentidos uma onda de alegria. Somos tomados por uma euforia pueril. Tornamo-nos escritores ou escritoras que “parem” seus filhos; tornamo-nos editores; ou produtores; ou mesmo jornalistas, ainda que não o sejamos; tornamo-nos poetas e poetisas; contistas e cronistas; romancistas; críticos até. Queremos compartilhar o quanto antes aquilo que criamos. Criar é uma parte deliciosa do “blogar”; e blogar é a expressão máxima da democratização literária – e os profissionais que não façam caretas, pois, se somarmos todos os leitores de blog que há por aí divididos fraternalmente entre os milhões de blogs espalhados pelo grande mundo virtual, teremos mais leitores que Dan Brown e muitos clássicos adormecidos sob muitos quilos de poeira.
Postar é tudo de bom! Quando recebemos comentários o prazer é dobrado. Vem gente mais letrada que a gente, vem gente simples como a gente, vem gente nova e gente experiente; vem toda a gente; ou simplesmente não vem gente. Em meu caso, especificamente, quando não veio gente eu chamei as pessoas de meu convívio; ofereci um papelzinho do tipo convite com o link e fiquei esperando, ou então enviei o link por email; os amigos não me decepcionaram. (sorrio). A eles sigo muito grato. Pois se não são os comentários... Ai de nós blogueiros quando solitários! Confortamo-nos com a possibilidade das visualizações dos leitores tímidos”.

O Jefh foi  extremamente feliz neste texto! Conseguiu exprimir, com primazia, os sentimentos dos quais, todos nós blogueiros, somos tomados.

Penso que os comentários têm então a função precípua de precipitar a maturação da reflexão, do texto “apossado”. É um ponto de partida, sem o ponto de chegada. É o exercício da empatia no rompimento do isolacionismo, posto que, tudo está conectado.

Os comentários, necessariamente, devem consentir a ampliação do ser humano, que se direciona, na individualidade de cada um, para a autorealização e, claro, na virtualidade da coletivização em direção à inter-relação.

Não se trata, portanto, de conspirar ou rechaçar egoísticamente a pluralidade de manifestações. Antes, porém, trata-se de aprender a conhecer-se refletido no outro e apreender o outro como possibilidade de melhorar o ser que habita nossa simples alma de blogueiro.

Resta pois, voltar a cada um dos blogs, perscrutando leituras. Saber mais. Sorver mais. Saborear mais. E sem dúvida, uma vez dentro, comentar: concordar, discordar, acordar...

15 comentários:

  1. Gilmar,que texto maravilhoso!Expressou muito bem os sentimentos de tantos blogueiros nos quais me incluo plenamente representada!Não só o Jeff,mas vc tb pegou o espírito dessa deliciosa arte de blogar!Ficaria horas falando sobre o assunto,mas temo me estender demais.Deixo apenas minha admiração pelo seu blog,especialmente a apresentação com um trecho de Fernando Sabino que admiro profundamente e que retratou muito bem o objetivo de seu blog!Abraços,

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  2. Que post criativo, falar dos blogs, dos posts em si e de nós blogueiros ávidos p comentários e incentivos a continuarmos, a usarmos nossos blogs p conversar, cultivar amizades, perpetuar informaçoes, poesias, desabafos e até mesmo pq nao, divulgarmos nossos trabalhos.
    Tks pelas visitas e palavras.
    Bjs! Lu

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  3. Oi Gilmar, É verdade. O bom de publicarmos nossos textos é justamente a interação com outros pensadores. E a diversidade, a pluralidade, fazem com que aprendamos, sempre. Da mesma forma que, quando vamos a outros blogs, somos tocados por aquilo que lemos e deixamos em nossos comentários um breve relato sobre a impressão que o texto deixou em nós. Excelente reflexão! Um beijo, Deia

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  4. Pois não penso de outra forma senão pela exposta por ti e pelo amigo Jefh... Blogar é bom demais e quando se há comentários de outros, Ahh! É uma alegria imensa. Alguns discordam, alguns concordam, alguns emendam e tem até os que descosturam. É arte pela arte. sortudos somos nós que a temos e tomamos para nós.
    Belo post caro Gilmar.
    Abraço forte.

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  5. Oi meu amigo Gilmar,

    Sua visão sobre blogagem já é explêndida e vc ainda cita esse texto magistral do Jefh, que coisa!
    Vocês conseguem dar forma ao nosso sentimento no âmbito virtual, essa coisa da interação, da mistura, em forma de palavras,
    estou encantada com o que li aqui, obrigada por ser voz, através das palavras ao que vai no coração da maioria das pessoas que blogam!

    carinho meu,
    Ester
    .~*~.

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  6. Gilmar, achei incrível a proposta a qual você aceitou. Visitar 50 blogs é mesmo uma grande odisséia. Digo, pois faço isso quando posso e, é um momento de raro prazer. Bem, achei incrível. E a honestidade com que fez isso mostra todo o seu caráter, amigo Gilmar. Reverencio as qualidades que transbordam em suas palavras.

    Gilmar, muito me honra ser citado em seu texto. Creio que este é o maior prêmio que se possa receber pela criação de um texto; a divulgação espontânea, carregada de empatia. Obrigado, amigo.

    Abraço e meu muito obrigado, amigo!

    Jefhcardoso

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  7. Oi Gilmar
    Gostei do seu texto sobre a blogagem Coletiva , sobre o prazer do blogueiro em ver sua postagem bem aceita, comentada.E,principalmente essa interação que permite ese tipo de postagem.
    Na verdade uma mania que vai virando febre rs
    Blogar é isso, um prazer incrível .Parabéns .
    Continuemos ,pois .
    abraços

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  8. Gilmar, está brilhante este seu post. Expressa muito bem a minha própria opinião sobre blogues e pessoas maravilhosas que se conhece, as ideias que se trocam. Quanto ao blogues do Espaço Aberto, vou visitando aos poucos, porque tempo não tenho muito e agora também irei conhecer o blogue do seu amigo jefhcardoso, pois quem faz uma avaliação dessas tem que ser alguém muito especial.

    beijinhos doces, Ava.

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  9. Tardei, mas nunca pensei em não vir. Afinal, a gente aprende, mesmo que demore, portanto não vou perder a chance de ler tudo isso aqui de graça (por enquanto, não é meu caro amigo?)!

    Sou carente dos significados deste verbo aí que todo mundo está comentando... Abri minha jANELA em fevereiro, ainda estou digerindo o que significa esse costume.

    O que posso afirmar com certeza é que nunca tive este acesso tão privilegiado aos mais diversificados pontos de vista na minha vida! Todas as pessoas que leio deixam marcas nos meus textos, até aquelas com quem geralmente discordo.

    Olha, não acho os textos enfadonhos e pesados. Mas compreendo perfeitamente o que você pode estar sentindo. Depois que o texto estiver prontinho para ser publicado, guarde-o, durma (ou pratique qualquer outra forma de relaxamento, daí o leque de opções é vasto...rs...rs) e volte a ler no dia seguinte. Algumas palavras e ideias curtas podem ser "enxugadas" sem que você perca o seu estilo.

    Se mesmo depois disso você não conseguir mudar uma palavra, publique e pronto! Ali estará a sua essência purinha, como água de nascente.

    Espero ter ajudado!

    Acho que você tem mais é que desfrutar dos seus textos. São um oásis reflexivo. Podem ser lidos por partes que as ideias não se perdem. E o que mais admiro é a sua coerência progressiva aliada a um domínio vocabular diferenciado. Você esgota os significados das palavras. Eu gosto. Não sei dos outros.

    Textos leves demais não exigem nada de nós, como já estou farta de entretenimento, para mim bom mesmo é o que faz pensar.

    Bom feriado para você e toda a da família.

    Um abraço,
    Michelle

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  10. Adorei a foto deste post! Gostei muito mesmo!

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  11. Olá,GILMAR
    Meu Deus!!!
    Quanta Sabedoria!!!
    Fruto de quem dá suprema importância ao dito de Inácio de Loyola, por exemplo:
    "NÃO É O MUITO SABER QUE SACIA E SATISFAZ A ALMA MAS SIM O SENTIR E SABOREAR INTERNAMENTE AS COISAS"...
    LIndo demais!
    Fique na paz, amigo
    Abraços fraternos

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  12. Oi, Gilmar. Vim lhe agradecer o post que você deixou em meus comentários. Sim, porque você foi de uma gentileza, sensibilidade, respeito com as minhas ideias, palavras, sentimentos que me deixaram emocionada. Li, reli e por fim resolvi lê-lo em voz alta, pois não me bastou saciar os olhos, precisava senti-lo entrando em meus ouvidos.
    Obrigada pela visita, obrigada por ter se interessado em ler meus outros textos, obrigada por ter tomado o seu tempo e ter me contado como eles ecoaram em você.
    Acho que toda a graça de publicar os nossos textos aqui na blogosfera é ter a chance de encontrar pessoas como você, com quem sentimos que poderemos interagir, mesmo que através das teclas do computador.
    Sua mais nova amiga, Deia

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  13. Digamos que sou quase mediano neste verbo. Fechei um e abri outro e por ele rendo minhas loucuras. Sei bem como que é sua trajetória. Do início ao que quero mais. Um blog é, antes de tudo, uma arte esculpida na virtual memória. Parabéns e anos de vida aos seus registros de sentimento. Abs!

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  14. Uma vez blogueira, sempre blogueira. Essa interatividade é muito legal.
    FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... deseja um bom feriadão para você.
    Saudações Educacionais !

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  15. Gilmar...

    Seu post só reafirma o que passei a acreditar quando criei o meu blog. Foi através dele que tive a oportunidade de conhecer mais as pessoas que se utilizam dessa oficina das palavras. E o mais importante é que mesmo sendo um espaço virtual são pessoas, de carne, osso e sentimentos que estão do outro lado da tela. A citação do texto do Jefh foi muito feliz pois traz as verdades que não só eu, mas muitas pessoas acreditam. Parabéns mesmo!

    Quando recebi o seu comentário no meu blog fiquei sem palavras mesmo. Li e reli muitas vezes. A sua leitura tão atenciosa só me faz querer continuar o exercício da escrita.


    Obrigada Gilmar por tanto carinho...

    Um grande abraço amigo!

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Fique à vontade!
Os comentários têm a função precípua de precipitar a maturação da reflexão, do texto “apossado”. É um ponto de partida, sem o ponto de chegada. É o exercício da empatia no rompimento do isolacionismo, posto que, tudo está conectado. É a sua fala complementando a minha. Por isso mesmo fique à vontade para o diálogo: comentar, concordar, discordar, acordar...