quinta-feira, 27 de maio de 2021

O Eco





Metáfora


Um filho e um pai caminhavam por uma montanha. De repente, o menino cai, se machuca e grita:

Aiiiii!!

Para sua surpresa, escuta sua voz repetindo, em algum lugar da montanha:

Aiiiii!!

Curioso ele pergunta:

Quem é você?

E recebe como resposta:

Quem é você?

Contrariado, grita, já nervoso:

Seu covarde!

Olha para o pai e pergunta, aflito:

O que é isso!

O pai sorri e fala:

Meu filho, preste atenção!

Então o pai grita em direção à montanha:

Eu admiro você!!

A voz responde:

Eu admiro você!!

De novo, o pai grita:

Você é um campeão!!

A voz responde:

Você é um campeão!!

O menino fica espantado. Não entende. Então o pai, serenamente, explica:

Meu filho, as pessoas chamam isso de eco, mas na verdade, isso é a vida. Ela lhe dá de volta tudo o que você diz. Nossa vida é simplesmente reflexo de nossas ações.


Se você quer mais competência da sua equipe, desenvolva a sua própria competência. Se você quer mais compreensão, seja gentil. O mundo é somente a prova da nossa capacidade. Tanto no plano pessoal quanto no profissional, a vida vai lhe dar de volta o que você der a ela.


sábado, 22 de maio de 2021

A mulher que os olhos não veem

 


Outros Autores

Na verdade, tento compreender um pouco da mulher que mora em você e, devo confessar, não consigo… Descobertas frustradas...

Às vezes, vejo uma mulher que sabe os encantos que tem e quer ousar. Vejo uma mulher louca para quebrar paradigmas, dar vazão aos sonhos e à plenitude da vida que pulsa em suas entranhas. Uma mulher que sabe e conhece todas as outras mulheres que habitam em seu ser, mas que também escolhe a que ousa o encantamento. Às vezes, penso que no fundo da alma dessa mulher, ela deseja ousar, romper barreiras, cometer erros, mas vivê-los como se fossem caminhos possíveis...

Às vezes, vejo a mulher que se aquieta na vida que carrega e, tomada pela razão, decide ocultar aquela mulher que quer ousar. Essa mulher é forte e seus valores sobrepõem-se a toda ousadia possível. Às vezes vejo essa mesma mulher tentando se desvencilhar de si mesma, mas prevalece a racionalidade e o pragmatismo.

Às vezes, vejo ainda outra mulher. Vejo a que faz sucumbir ambas, porque os sonhos profissionais imperam e há um projeto a ser cumprido. Há uma razão forte, fruto do ventre, que a faz prosseguir numa estrada incerta, mas de apostas num futuro carregado de esperanças ainda não descobertas.

Às vezes, quando nos meus mais íntimos solilóquios sou tomado pela imagem da mulher que encanta, vejo a mulher que reúne as três anteriores, e para cada circunstância de vida, seja pessoal ou profissional, permite que cada uma tenha vez e apareça. Talvez por isso, em momentos de relance, o sorriso seja permitido.

Na verdade consigo vê-las numa só mulher, pois de alguma forma, em algum lugar no tempo, fui tomado por ela, mesmo ela não querendo ou não provocando tal assalto.

O lado triste é que me deparo apenas com o que sobra da mulher que ignora, que se constrange, que repudia e que, com toda razão, parece sentir asco de tudo que pode ser dito, manifestado ou sentido. O olhar é então convidado a apagar o brilho na sacralidade da lágrima...

Eu também não sei o homem que mora em mim. Não sei se deve viver o que ousa, e que por isso mesmo comete erros intempestivos (como essa revelação); ou se deve viver o homem de compromisso inarredável e seriedade indiscutível. Acho que este último tem sido morto a cada dia, pois o homem que grita dentro de mim está tomado por encantamentos loucos e briga, desesperadamente, para apagar a ousadia e a insanidade.

O fato curioso e contraditório é que, nos últimos tempos, o homem de ousadia tem morrido de forma mais intensa e, por isso mesmo, tem conseguido apagar tudo o que sonhava possível. É por isso que ele tem conseguido apagar a mulher que os olhos não veem. Ele tem conseguido se desvencilhar de cada uma das três mulheres, de todas elas...Ou apenas pensa que se desvencilha...

Não sei o homem que mora em mim... não sei mais... Mas sei a mulher que mora em você. E sei que essa mulher, na sua maturidade, até suporta desconfiada revelação, mas paralisada na incerteza escolhe justamente a mulher que faz sucumbir, assim encurta a resposta e apressa outro rumo…

Então, não resta outra palavra senão adeus... Adeus às duas últimas mulheres, porque a primeira... a primeira continuará vivendo intensamente aqui... a primeira, a que os olhos não veem, minha romântica relapsia insistirá na espera... em esperar por ela... Talvez, quem sabe, um dia...