terça-feira, 30 de novembro de 2010

Prudência

"Rosa com espinhos", de Miguel P. Dias

PRUDÊNCIA
          Raul de Leoni



Não aprofundes nunca, nem pesquises
O segredo das almas que procuras:
Elas guardam surpresas infelizes
A quem lhes desce às convulsões obscuras.

Contenta-te com amá-las, se as bendizes,
Se te parecem límpidas e puras,
Pois se, às vezes, nos frutos há doçuras,
Há sempre um gosto amargo nas raízes...

Trata-as assim, como se fossem rosas,
Mas não despertes o sabor selvagem
Que lhes dorme nas pétalas tranquilas,

Lembra-te dessas flores venenosas!
As abelhas cortejam de passagem,
Mas não ousam prová-las nem feri-las...

Uma boa semana a todos!

sábado, 27 de novembro de 2010

Reencontro e Refazimento

Imagens que falam (V)
 
Conforme prometido, esta é a sexta e última "imagem que fala". Nas últimas cinco semanas transitei por temas instigantes e que possibilitaram, enquanto metáforas de vida, diversas outras abordagens, nas mais plurais compreensões.

Coincidentemente as imagens misturaram-se ao meu contexto, nos enfrentamentos, desencontros e percalços sofridos. Os argumentos então revelaram intimidades, valores e crenças, mas substancialmente, também permitiram reencontros e refazimentos imprescindíveis. E a imagem de desfecho, agora publicada, não poderia ser melhor! Ela traduz, com primazia, o fluxo das reflexões e dos estágios vivenciados. É emblemática!

Recapitulando, apenas para sanar curiosidades e oferecer releituras, estruturei a cronologia das postagens inserindo recortes que remetem à imagem de hoje, inclusive por explicitarem as posturas construídas nas ruminanças:
E, preste bastante atenção! Uma só vez que encontrar-se perdido de si mesmo e receber amparo, é porque Deus ouviu seus lânguidos gritos, já sufocados nos desencontros intermináveis e elegeu seres sem cores, sem faces e sem formas prediletas ou viçosas, para ancorarem suas utopias e buscas. Você tem a permissão de guardá-los no peito e chamá-los de amigos. Aproveite os passos!
Não há receitas nem dogmas. Entretanto, cabe sim o exercício de maturação de si, numa prática revisionista de posturas e compreensões. Por exemplo, é preciso aprender a eliminar os preconceitos morais, éticos e sociais, sem o que, não haverá a compreensão plena do sentido de liberdade. É preciso respeito ao ponto de vista do outro. E é preciso, dentre tantas e tantas atitudes saudáveis às relações interpessoais, valorizar sempre os aspectos positivos da natureza individual, sem com isso ameaçar a intimidade dos outros ou paternalisticamente encobrir os defeitos.
 Tempo então de manter as mãos límpidas! Tempo de refletir propósitos de vida! Tempo de convidar Deus a agir e pertencer na fé! Tempo de entrega plena! Indescritivelmente plena!
Tempo de afetividade! Tempo de aprender!
Jogar fora o lixo que impregna as falas maltrapilhas, que entorpece as crenças e turva as  visões de mundo e de ser humano, é desafio heroico na reconstrução humanizadora de qualquer novo homem ou nova mulher! Não é nada fácil abrir mão das "coisas"! E tudo "coisificado" que já ocupava lugares vitais...
Então, ainda que seja árdua a decisão de esvaziar-se, como eu já pontuei, o mais difícil é enxergar o que precisa ser esvaziado. O mais difícil é saber-se em processo de inacabamento e refazimento, consciente, na exata medida, de quais gargalos e atrofiamentos reclamam reciclagem!

Refazer conceitos, posturas, atitudes, propósitos... Refazer-se emocionalmente! Refazer-se espiritualmente! E alguns reencontros, em Deus, são esplêndidos! Precisam ser precipitados, ou seja, precisam ser iniciados. Tudo o mais será acrescentado no tempo certo!
Resistir de forma resiliente significa construir a própria capacidade de absorção das intempéries mudanças; de agir na transformação de tais mudanças, convertendo-as em oportunidades de melhoria; significa exercer, sistematicamente, o aprendizado na ambiguidade dos desencontros. Significa ousar escolhas sem abrir mão de si mesmo, não perder-se de si, não abdicar-se de si mesmo. Não abrir mão de protagonizar o próprio refazimento.


A imagem de hoje convida a não subestimar os próprios talentos, a própria competência e a conscientizar-se de que os acontecimentos, nos embates cotidianos, exigem atitude resiliente. E como tenho insistido na resiliência!

Gigantescos problemas, supostamente imbatíveis e incontroláveis, com um pouquinho de inventividade e descobertas íntimas atiçando a vontade, tombam ao chão. E isso só é possível quando tomo consciência do meu inacabamento, da minha humana incompletude e começo a acreditar, de verdade,  que a minha melhor parte, também a mais humanizada, é a mais forte! Nela exercito o poder de transformar e aprender!

Pronto! Já extrapolei os propósitos da imagem. Hoje nada precisaria ser dito! Nada deveria ser dito! O propósito é tão somente o convite ao olhar reflexivo. A imagem, longe das minhas palavras, pode dizer muito mais! Muito mais!

Permita-se!
 
Um ótimo final de semana a todos! 





Imagem: desconheço os direitos autorais. 
Ela foi scaneada de um quadro encontrado "num armário de escola", sem maiores informações.
Se alguém souber a origem, por favor, me comunique! 
Gostaria muito de dar créditos ao autor ou autora, pela relevância e significado da obra.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Metade de mim...

 
"Pegadas", de Antonio Felix

Metade

Oswaldo Montenegro


 
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

sábado, 20 de novembro de 2010

Adversidades

Imagens que falam (V)

"As adversidades não tornam os homens nem melhores nem piores. 
Apenas revelam-nos como são"(autor desconhecido).


Adversidade: s.f.l. Desgraça, infortúnio. 2.
Contrariedde. 3. Qualidade ou caráter de adverso.

Adverso: adj.1.Contrário, desfavorável, inimigo, oposto.
2.Que traz desgraça,infelicidade.

A sinonimia explicita que cada um de nós está propenso às adversidades cotidianas, sejam elas de intensidade ínfima ou monstruosa. Basta viver e relacionar-se para que o revés, a sorte adversa, o infortúnio ou a infelicidade inaugurem dores, feridas de difícil cicatrização, ausência de paz no coração e alguns vazios lancinantes, que só se preenchem num renascer de extremado embate com os próprios limites.

É fácil e inodoro estabelecer constructos acerca da adversidade, "decifrá-la em letras" até, o difícil é suportar o hálito asqueroso da dor lambendo a face; o difícil é tolerar o ardor dos olhos que desaprendem a secar lágrimas; o difícil é conter os pulos do coração que dispara rumo à garganta, tentando fugir do peito, tamanho o desamparo; difícil é respirar no inóspito lugar de ar rarefeito, onde até o chão parece dissipar-se; difícil é resistir, animar o próximo passo, fazer mover pernas e braços, quando tudo ao redor, num pavor desconhecido, mais se assemelha a areia movediça, contrariando todos os movimentos. Difícil é não perder-se de si mesmo.

Adversidade é a pedra no meio do caminho, da qual insistentemente falou Drummond. E se os olhos mirarem apenas a pedra, temendo a dor do choque, então o caminho passa a ser esquecido e o horizonte se perderá no tempo nublado, sujeito a raios e trovões.

A consciência não pode desfalecer. É preciso mantê-la pulsante, de sorte a não esmorecer as utopias de vida, não minar crenças e nem usurpar valores humanos norteadores dos propósitos trazidos na caminhada. E aqui resgato Horácio, quando anuncia que "a adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas". E é dessa capacidade de suplantar os próprios limites que falo. A adversidade pode impulsionar o nosso refazimento, posto que, ela é o escancaramento do nosso inacabamento.

Tempo então de resiliência! Resiliência enquanto capacidade de resistir às condições desfavoráveis no enfrentamento da adversidade, mantendo integralmente a essência humana. Um dos exemplos mais contundentes de que a essência humana pode sobrepor-se e nortear a sobrevida foi o difícil embate vivido pelos 33 mineiros chilenos, da mina San José. A esperança foi servida a cada instante de escuridão e a consciência de vida se manteve ativa.

A adversidade não pode ocasionar os processos internos, equivocadamente defensivos, de vitimização, onde cada um se revela incapaz de suplantar os próprios dissabores, numa desesperadora tentativa de justificar as debilidades. A esperança, assim, passa a ser comparada a um mero bilhete de loteria, já corrido e que nada mais vale.

Resistir de forma resiliente significa construir a própria capacidade de absorção das intempéries mudanças; de agir na transformação de tais mudanças, convertendo-as em oportunidades de melhoria; significa exercer, sistematicamente, o aprendizado na ambiguidade dos desencontros. Significa ousar escolhas sem abrir mão de si mesmo, não perder-se de si, não abdicar-se de si mesmo. Não abrir mão de protagonizar o próprio refazimento.

Significa ainda extirpar, para bem longe, qualquer possibilidade de aproximação da "Síndrome de Bournolt", onde as apatias pessoal, emocional e espiritual ocasionam o desânimo de continuar os passos, fazendo o horizonte se perder no negrume da ausência de sonhos e vontades.

Romper a casca! Não sufocar-se, sobretudo porque a vida, uma outra vida, num renascimento mágico até, começará lá fora, longe do revés.

Retomo então dois trechos de uma outra postagem que fiz (Resiliências...), onde disse que nessa imersão profunda para dentro de si mesmo, acende-se um novo desafio, que é o enfrentamento do problema maior que a competência. E já se tem a clara consciência de que é permitido e é preciso aumentar a própria competência para que o enfrentamento enfraqueça as causas e alcance êxito na solução.
As adversidades já não fazem surtar a “alma”. Aprende-se, ante extremismos de escolhas, a reconstruir-se, a refazer-se por conta das deformações impostas.


Para ilustrar, há uma boa metáfora sobre a adversidade:

A filha queixa-se à mãe sobre sua vida e como as coisas estão difíceis, tanto que já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater, pois sempre que um problema se resolvia, um outro surgia.

A mãe, paciente e sábia, levou-a até a cozinha. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Logo a água começou a ferver nas panelas. Em uma delas colocou cenouras. Em outra, ovos e, na última, pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra. A filha deu um suspiro de incompreensão, mas esperou impacientemente, imaginando o que estaria fazendo ali.

Minutos depois, a mãe desligou o fogo. Pegou as cenouras, os ovos e o café e colocou-os em recipientes separados. Virou-se para a filha e perguntou:
- Minha filha, o que você está vendo aqui?
- Cenoura, ovos e café, minha mãe!
A mãe traz então a filha para mais perto e pede para que experimente as cenouras. A filha o faz e constata o quanto estão macias. Depois a mãe pede que pegue um ovo e o quebre. A filha obedeceu e, depois de retirar a casca, verifica que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente a mãe lhe pede que tome um gole de café. A filha, sorrindo, sentindo o aroma delicioso, toma um gole e pergunta:
- O que significa tudo isso, mãe?
A mãe responde:
- Cada um destes, a cenoura, o ovo e o café, enfrentou a mesma adversidade: a água fervendo. Entretanto, cada um reagiu de forma diferente. A cenoura, que antes era crua e rígida, amoleceu e se tornou frágil. Os ovos, que eram frágeis, mesmo com sua casca protegendo o líguido interior, tornaram-se firmes e mais resistentes, duros até. Já o pó de café é incomparável! Depois que o coloquei na água fervente, ele mudou a própria água.

Depois de um profundo silêncio e troca de olhares, a mãe prosseguiu:

- Qual deles é você? Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde? você é a cenoura, o ovo ou o pó de café? Você é como a cenoura, parecendo firme e forte, mas com a dor e a adversidade murcha e se torna frágil, perdendo sua força? Será que você é como o ovo, começando maleável, mas depois de sofrer alguma pressão da vida, torna-se dura? Sua casca até parece a mesma, mas por dentro, você está dura! Ou será que você é como o pó de café? Você transforma o meio que a aflige, altera o que está trazendo a dor e oferece algo melhor e mais saboroso do que havia antes da adversidade?

Nada mais foi dito. Bastou o abraço entre mãe e filha!
Um ótimo final de semana a todos! 

Imagem: desconheço os direitos autorais. 
Ela foi scaneada de um quadro encontrado "num armário de escola", sem maiores informações.
Se alguém souber a origem, por favor, me comunique! 
Gostaria muito de dar créditos ao autor ou autora, pela relevância e significado da obra.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Velha Curandeira ou Milagreira?!


"A Curandeira" (Confraria das Três Águas), de Guilherme Guion 
 
Quintas de Humor
Noite escura. Uma senhora em casa, sozinha, vê um vulto masculino passar à sua frente.
Preocupada e resoluta, ousa aproximar-se dele, por trás e, sem ser percebida, com cuidado, agarra-lhe os testículos, aperta-os com toda força e pergunta aos gritos:

- QUEM É VOCÊ?

Ela, não obtendo resposta, aperta com mais força ainda, e novamente pergunta:
 
- QUEEEEM ÉÉÉÉÉ VOOOCÊÊÊÊ?

Mantém-se o silêncio, ela aperta ainda mais, e já com pedaços da pele dos testículos escapando-lhe por entre os dedos, volta a perguntar:

- QUEEEEM ÉÉÉÉÉ VOOOCÊÊÊÊÊÊ????

Eis que uma voz, num tom profundo e sofredor, consegue balbuciar:

- P...a...a...u...u...l...o...

Então ela pergunta, apertando ainda mais:

- PAULO? QUE PAULO?

E ele responde:

- O...o... ...muuudinho!!!
 
Uma boa quinta a todos!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Tarefa de vida!

"A Dura Tarefa de Aprender", de  Renato Marques e Grace Snows

Outros Autores
TAREFA
         Geir Campos


Morder o fruto amargo e não cuspir
mas avisar aos outros quanto é amargo;
cumprir o trato injusto e não falhar
mas avisar aos outros quanto é injusto;
sofrer o esquema falso e não ceder
mas avisar aos outros quanto é falso;
dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
- o amargo e injusto e falso por mudar -
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.

sábado, 13 de novembro de 2010

Reciclar é preciso...

Imagens que falam (IV)


Não é tarefa fácil revisar conceitos ou pressupostos já inculcados! Não é tarefa fácil abdicar de constructos já internalizados como verdades! Não é tarefa fácil rever posturas, atitudes e, principalmente, valores!

Ainda assim, é preciso ousar a reflexão que conduza à prática revisionista. É preciso ousar a descoberta da própria consciência de inacabamento, caso contrário, nenhum refazimento de si será alvo de novos passos. E não "reciclar-se" é adormecer na mesmice, com equivocado sabor de novidade.

O problema crucial é saber o momento, aliás, é saber em que proporções e onde mudar. Saber-se incompleto, pronto ao refazimento, é mergulhar nas entranhas tão difíceis de enxergar; é meter o dedo em cicatrizes ainda expostas, embora camufladas; é volver o olhar para os passos mais obscuros e, quem sabe, até mais indesejáveis que ainda perambulam soltos na confortável inconsciência do ser; é, eu acredito, o grande desafio de descobrir-se menor do que dá conta de enxergar e mais frágil que a força que imaginava possuir.

Deparar-se com o contraste mais cruel de si mesmo e escolher atirar ao lixo pedaços ainda respirando posicionamentos, não é tarefa simples ou banal. Ao contrário, é o enfrentamento que dilacera, mas faz amadurecer e vislumbrar outros propósitos.

Jogar fora o lixo que impregna as falas maltrapilhas, que entorpece as crenças e turva as  visões de mundo e de ser humano, é desafio heróico na reconstrução humanizadora de qualquer novo homem ou nova mulher! Não é nada fácil abrir mão das "coisas"! E tudo "coisificado" que já ocupava lugares vitais...

Então, ainda que seja árdua a decisão de esvaziar-se, como eu já pontuei, o mais difícil é enxergar o que precisa ser esvaziado. O mais difícil é saber-se em processo de inacabamento e refazimento, consciente, na exata medida, de quais gargalos e atrofiamentos reclamam reciclagem!

E estes são os convites da imagem desta semana: esvaziar-se e refazer-se!

Refazer conceitos, posturas, atitudes, propósitos... Refazer-se emocionalmente! Refazer-se espiritualmente! E alguns reencontros, em Deus, são esplêndidos! Precisam ser precipitados, ou seja, precisam ser iniciados. Tudo o mais será acrescentado no tempo certo!

Um ótimo final de semana a todos!





Imagem: desconheço os direitos autorais. 
Ela foi scaneada de um quadro encontrado "num armário de escola", sem maiores informações.
Se alguém souber a origem, por favor, me comunique! 
Gostaria muito de dar créditos ao autor ou autora, pela relevância e significado da obra.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Discagem Erótica!



Quintas de humor!

Se você pensa que, como ensinaram na escola,  um "zero" antes não vale nada, então veja só o que aconteceu:


Uma mulher, executiva de uma grande empresa, faz a sua primeira viagem de negócios ao Rio de Janeiro.

À noite, sentiu-se sozinha e com uma sensação de liberdade que nunca havia sentido antes, decidiu então chamar uma dessas "empresas de acompanhantes", cujos folders de propaganda são estrategicamente colocados nas mesas dos quartos de hotéis nas grandes cidades.

Localizou, sem dificuldade, um que oferecia serviço masculino, denominado "ferótico". Com o encarte nas mãos molhadas de suor pela expectativa discou o número marcado.

- Alô! 

Atendeu uma voz masculina marcadamente sensual.
- Alô. Eu preciso de uma massagem... Não, espera ! Na realidade o que eu quero é SEXO! Uma grande e duradoura sessão de sexo, mas tem de ser agora! 


E ela, em estágio ainda mais animado, continuou:

- Estou falando sério! Quero que dure a noite inteira! Estou disposta a fazer de tudo, participar de todas as fantasias que vocês inventarem. Traga tudo o que tiver de acessórios, algemas, chicotes, consolos, pomadas, vibradores, e quero ficar a noite inteira fazendo de tudo! Vamos começar passando geléia no corpo um do outro, depois quero que você me grude na parede... estou disposta a fazer de tudo e topo todas as posições: frango assado, rã com câimbra, canguru perneta, folhinha-verde, vaca atolada, saquinho de chá, helicóptero...Ou tu tens alguma idéia mais tesuda? O que tu achas?!

Do outro lado, com um pouco de demora, a resposta não tardou:


- Bem, na verdade me parece fantástico. Mas aqui é da portaria do hotel... Para chamadas externas a senhora precisa discar o zero primeiro...


Uma boa quinta a todos!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Servir... Sempre!

"Mãos de trabalho", de António Manuel Pinto da Silva
 Outros Autores
SERVIR
         Gabriela Mistral


Toda a natureza é uma aspiração de servir.
Nessa vontade:
serve a nuvem
serve o vento
servem os sulcos do arado.
Onde houver uma árvore a plantar,
deves plantá-la tu;
onde houver um esforço a que todos se neguem,
deves aceitá-lo tu;

Se aquele que
retirou a pedra do caminho,
o ódio entre os corações
e as dificuldades do problema.
Há a alegria de ser sadio
e a de ser justo;
mas há, sobretudo,
a formosa
a imensa alegria de servir.
Que triste seria o mundo,
se tudo nele estivesse feito.
Se não pudesse nele plantar uma flor,
ou iniciar uma conquista.

Não.
Não gostes apenas dos trabalhos fáceis.
É belo fazer-se os que os outros evitam
porque é difícil
Não caia no erro de acreditar
só há grandeza
nos grandes trabalhos:
há pequenos serviços,
que são imensos trabalhos.
Adornar a mesa,
pentear uma criança,
plantar uma flor...
Há uns que criticam,
há outros que destroem
- se tu o que serve.

Servir
Não é tarefa dos inferiores.
Deus,
que dá o fruto e a luz,
- serve.
Poderemos chamá-lo:
"O que serve"!
Quando o crepúsculo chegar,
fixa teus olhos em tudas mãos,
- servistes hoje?
A quem?
À árvores, a teu amigo, a tua mãe?

sábado, 6 de novembro de 2010

Mexericos



Imagens que falam (III)

Mexericos: não passe adiante!

Quando esse “piche” de imundícies impregna as mãos é porque o resto já foi tomado pela maldade.

“Mexerico” é maldade alcançando o outro. É maldade infernizando a sobrevivência do outro. É inveja porcamente incrustada, revelando máscaras doentias de maldade.

É... e quem tem um bom coração, por vezes, é alcançado pela maldade. Talvez porque anda sempre desarmado. Talvez porque a magnanimidade lhe habite a alma.

Sabe a sensação de sufocamento? Pois é! “Mexerico” é isso! A vida clama ser respirada, inteira e pura, mas o maldoso mexerico bloqueia as vias respiratórias, faz faltar chão, doer o peito e sofrer horrorosas sensações de desfalecimentos por insuficiência de ar!

E eu não dou conta de entender como a maldade se espalha. Não dou conta de aceitar que um ser humano queira mal a outro, deseje o inferno ao outro. Não dou conta de acolher a ideia de que o “olho gordo” manche a vida do outro. Não dou conta de acatar que o “mau olhado” ofereça trevas a corações límpidos e generosos.

“Mexericos” diferem de “Comentários Desagradáveis”. Enquanto o primeiro é maldade real, é mal transferido para ser alojado no outro, cujas defesas não estão de prontidão, o segundo é preso às palavras intempestivas, nascidas das intempéries do cotidiano, machucam, mas não “passam a morar”. Se no segundo a dialética do refazer e reconstruir ainda é possível, no primeiro não!

“Mexerico” é a encarnação do mal, feito Medusa e seu olhar petrificante. Em tempos atuais, os bocejos constantes, reclamando respiração profunda, petrificam corações de bondade.

Preciso confessar minha repugnância à maldade que pode ser espalhada! É tão mais fácil vibrar com o sucesso do outro! É tão mais íntegro olhar com bondade a trajetória do outro! É tão mais correto o bem querer gratuito! É tão mais cristã a atitude de servir e perdoar!

O “mexerico” da inveja, do mal querer, enfim, de todos esses males, só faz revelar a podridão que reclama limpeza, o "auto holocausto" a ser extirpado, a pequenez a ser vencida.

O “piche”, tão viscosamente pegajoso, gruda para não sair fácil! A alma adoecida pelo negrume faz adoecer o outro ser humano, impondo-lhe os malefícios da ausência de Deus!  

Tempo então de manter as mãos límpidas! Tempo de refletir propósitos de vida! Tempo de convidar Deus a agir e pertencer na fé! Tempo de entrega plena! Indescritivelmente plena!

Tempo de afetividade! Tempo de aprender!


Um ótimo final de semana a todos!

Na próxima semana já estarei passeando nas "casas" de amigos encontrados na caminhada! Tomara eu consiga retribuir-lhes o mesmo carinho, o mesmo respeito e o mesmo "bem querer"!




Imagem: desconheço os direitos autorais. 
Ela foi escaneada de um quadro encontrado "num armário de escola", sem maiores informações.
Se alguém souber a origem, por favor, me comunique! 
Gostaria muito de dar créditos ao autor ou autora, pela relevância e significado da obra.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Casamentos...

Foto de Julio Rasec de Abreu

Quintas de Humor


Meus diletos amigos, já estou prestes a retomar os comentários. Visitarei cada um de vocês, que carinhosamente passou por aqui, deixando muito mais que comentários! Meu fraterno abraço. Sorrisos então!



Brincadeiras sobre casamentos!



O marido e a mulher não se falavam há uns três dias.
Entretanto, o homem se lembrou que no dia seguinte teria uma reunião  muito cedo no escritório. Como precisava levantar cedo, resolveu pedir à mulher para  acordá-lo. Mas para não dar o braço a torcer, escreveu num papel:
- Me acorde às 6 horas da manhã.
No outro dia, ele levantou e quando olhou no relógio eram 9h30. O  homem teve um ataque e pensou:
- Que meeeerdaaa! Mas que absurdo! Que falta de consideração, ela  não me acordou...
Nisto, olhou para a mesa de cabeceira e reparou um papel no qual  estava escrito:
- ...São seis horas, levanta!!!

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O primeiro cara (todo orgulhoso):
- Minha mulher é um anjo!
O segundo cara:
- Você tem sorte, a minha ainda está viva.
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- Qual a semelhança entre a Av. Paulista e o casamento?
- Ambos começam no Paraíso e terminam na Consolação
.
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- Qual a semelhança entre um casamento e um submarino?
- Ambos bóiam, bóiam, mas foram feitos mesmo para afundar...
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Uma vez um homem disse:
- Eu nunca soube o que era ser realmente feliz até casar. Aí já era tarde demais...
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Um amigo pergunta ao outro recém casado...
Como está a vida após o casamento?

O outro responde:
Existe vida após o casamento?
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Um homem disse que seu cartão de crédito foi roubado, mas ele decidiu não avisar a polícia porque o ladrão estava gastando menos que a sua mulher.
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Eu não falo com a minha esposa há mais de um ano
- Por que? - pergunta um amigo
- Porque não gosto de interrompê-la...
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Um homem entra em sua casa correndo e grita para a sua mulher:
- Marta, arrume as suas coisas. Eu acabei de ganhar na loteria!
Marta responde:
- Você acha melhor que eu leve roupas para frio ou calor?
O homem responde:
- Leve tudo, você vai embora.
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Um homem estava reclamando com um amigo:
- Eu tinha tudo... dinheiro, uma casa bonita, um carro esporte, o amor de uma linda mulher, e então... tudo acabou.
- O que aconteceu? (perguntou seu amigo)
- Minha mulher descobriu...
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Um casal estava discutindo sobre as finanças. O marido explodiu e falou:
- Se não fosse pelo meu dinheiro, essa casa não estaria aqui.
A mulher respondeu:
- Querido, se não fosse pelo seu dinheiro, EU não estaria aqui.
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Filho:
- Pai, é verdade que em algumas partes da África o homem não conhece sua esposa até casar com ela?
O pai:
- Aqui também é assim, filho.
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Filho pergunta para o pai:
- Papai, quanto custa para casar?
E o pai responde:
- Não sei, filho, ainda estou pagando...
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Um homem colocou nos classificados :
- Procura-se esposa.
No dia seguinte ele recebeu centenas de cartas. Todas diziam a mesma coisa:
- Pode ficar com a minha.
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Uma ótima quinta a todos!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Moldura

"A Moldura", de Sónia Carvalho


Outros Autores

MOLDURA
Sinésio Ribeiro Bastos


Sempre me vejo na moldura
do retrato.
Lá sempre estou
como instruso.
Estou nos altares
de igrejas
e nas grades
das prisões.
Estou no cortejo
dos reis
e no meio
de tartufos.
Quando caminho
rumo às estrelas
sinto meus pés enterrados
na lama.
Sou narcisista:
Sempre me vejo na moldura
do retrato.