quarta-feira, 30 de julho de 2014

O Poder da Prece



Metáfora
Prece

Uma pobre senhora, com visível ar de derrota estampado no rosto, entrou num armazém, se aproximou do proprietário conhecido pelo seu jeito grosseiro, e lhe pediu fiado alguns mantimentos.


Ela explicou que o seu marido estava muito doente, que não podia trabalhar e que tinha sete filhos para alimentar.


O dono do armazém zombou dela e pediu que se retirasse do seu estabelecimento.Pensando na necessidade da sua família ela implorou:


—Por favor senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que eu tiver...


Ele prontamente respondeu que ela não tinha crédito e nem conta na sua loja.


Em pé, no balcão ao lado, um freguês, que assistia a conversa entre os dois, se aproximou do dono do armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família, por sua conta.


Então o comerciante falou meio relutante, mas também em tom sarcástico para a pobre mulher:


—Você tem uma lista de mantimentos?


—Sim. — Respondeu ela .


—Muito bem, coloque a sua lista na balança e o quanto ela pesar, eu lhe darei em mantimentos.


A pobre mulher hesitou por uns instantes e, com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel, escreveu alguma coisa e o depositou suavemente na balança.


Os três ficaram admirados quando o prato da balança com o papel desceu e permaneceu embaixo.


Completamente pasmado com o marcador da balança, o comerciante virou-se lentamente para o seu freguês e comentou contrariado:


— Eu não posso acreditar!


O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança.


Como a escala da balança não equilibrava, ele continuou colocando mais e mais mantimentos até não caber mais nada.


O comerciante ficou parado ali, por uns instantes, olhando para a balança, tentando entender o que havia acontecido.


Finalmente, ele pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado pois não era uma lista de compras e sim uma oração que dizia: "Meu Senhor, o senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isto em suas mãos..."


O homem deu as mercadorias para a pobre mulher, no mais completo silêncio. Ela agradeceu e deixou o armazém.


O freguês pagou a conta e disse:


— Valeu cada centavo!


Só mais tarde o comerciante pode reparar que a balança havia quebrado, entretanto, só Deus sabe o quanto pesa uma prece... Foi a lição aprendida naquele dia!

sábado, 26 de julho de 2014

Diálogo em Serviço



Mãos de luz

Outros Autores
O discípulo, recém-vindo ao cenáculo da prece, ouviu comentários em torno das lições e exemplos do Cristo, e exclamou, eufórico, na oração que foi convidado a pronunciar:

Senhor, o meu coração freme de alegria ao aceitar-te!... Agora, Amado Jesus, peço que me aceiteis, doando-me algum encargo em teu serviço!...

O novo aprendiz, sufocado de lágrimas, nada mais conseguiu dizer.

Desde aquele instante, começou vida nova. Carregava as horas repletas de atividade, relacionando compreensão humana e trabalho beneficente.

Os dias correram sobre os dias, somando muito tempo, até que, em certa noite, ao recolher-se, exausto, viu-se fora do corpo físico, à frente de Jesus que lhe sorria. O servidor ajoelhou-se e exclamou, sensibilizado:

Senhor, envergonho-me por nada te oferecer. Entreguei-me debalde em tuas mãos. Das tuas sementes de amor que espalhei, nenhuma conseguiu germinação. Falei de ti aos que sofriam e raramente não amarguei reações de revolta e desespero; em teu nome, procurei os homens de inteligência e apenas tive deles manifestações de ironia vestidas de belas palavras; apelei para as pessoas robustas e contentes da vida rogando abraçassem os infelizes e obtive promessas de cooperação que até hoje não apareceu; conversei com os irmãos ofendidos sobre o perdão, solicitando-lhes tolerância para com os agressores e, conquanto muitos movimentassem os lábios dizendo que desculpavam as afrontas recebidas, vi, no fundo de suas almas, as chagas de ressentimento a lhes corroerem as forças do coração; insisti com amigos queridos de passagem por tuas oficinas de boas obras para que permanecessem fiéis às tuas esperanças e desertaram, desalentados, descrevendo-te das promessas.... Que fazer, Senhor, se planto os teus ensinamentos, sem qualquer resultado?

Jesus afagou-lhe a fronte e falou compassivo:


Amigo, continua servindo e não temas. Onde viste o lavrador que deitasse as sementes na terra e as visse germinar, no mesmo instante? O serviço que te confiei é aquele mesmo que o Pai me deu a fazer... Nenhum gesto de bondade e nenhuma palavra de amor se perdem na construção do Reino do Bem Eterno...

O aprendiz retornou ao corpo que o descanso restaurava mas, claramente desperto, ainda ouviu as palavras do Mestre que concluía:

Continuaremos a compreender e a servir, a amar e a semear... Deus, Nosso Pai, sabe onde, como e quando fazer o resto.


Extraído do Livro: Palavras do Coração

Médium: Francisco Cândido Xavier

Espírito: Meimei