quarta-feira, 27 de julho de 2016

Autoridade!

Humor


Dia desses, o Santo Padre, o Papa, cansado da monotonia do Vaticano, decidiu por bem dar um passeio de carro. Dispensou de imediato o Papamóvel e mandou vir um outro carro, comum, mas mais potente.

Pouco depois, chega o veículo, devidamente conduzido por um chofer num terno bem alinhado. Depois de circular um pouco, o Sumo Pontífice toca o ombro do chofer e, na sua serenidade habitual, diz então ao motorista:

— Dêxa, filho... Quiero mucho dirigir un poquito só!

Sem nem pensar em contrariar ordens superiores, o motorista se abancou confortavelmente na poltrona papal, com todo o respeito.

O Santo Padre, ao volante, depois de certo tempo se empolgou e passou dos limites de velocidade, e foi flagrado por um guarda rodoviário. Este, por sua vez, ao ir interpelar o motorista apressadinho, quase morreu de susto quando viu que se tratava de ninguém menos que o Papa.

— Er... Sua Santidade!!!? O senhor infringiu o limite de velocidade e eu, por dever de profissão, tenho que multá-lo!

— Filho, errar é humano! Non me multa! Dêxa eu ir embora!

— Er... Sua Santidade... Vou ter que consultar meus superiores. Aguarde aí.

E o guarda, através do aparelho de rádio, entra em contato com seu comandante.

— Comandante, estou aqui com uma autoridade que desrespeitou o limite de velocidade e está pedindo para eu fazer vista grossa. O que eu faço?

— Guarda, que autoridade é essa? Trata-se do prefeito?

— Não senhor, comandante. Essa autoridade é mais importante que o prefeito.

— Ah, sim, o governador...

— Não senhor, comandante. É ainda mais importante que o governador.

— Não diga! O que o presidente anda fazendo por esses lados?

— Comandante, deixe-me dizer, não é o presidente. É mais importante ainda...

— Mas que raios de autoridade pode ser mais importante que o presidente?

— Também não tenho a menor noção, comandante, mas só para o senhor ter uma ideia, o motorista do homem é o Papa!!!!

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Quem Sabe Somar Sabe Dividir

Outros Autores



Somar é a primeira operação matemática que se aprende, a que temos mais facilidade e que gostamos mais.


Primeiro agente gosta de somar várias vezes palitos e giz, depois brinquedos e roupas da moda, depois somar dinheiro, depois somar carros e casas, e sempre somar alegria e felicidade. Isto já é multiplicação, que também é fácil de aprender, é só somar várias vezes a mesma coisa.


A Segunda operação que aprendemos é a subtração. Aí começa a ficar estranho. Principalmente quando tem que pedir emprestado na casa do vizinho, digo, casa decimal ao lado. Ninguém gosta mais de diminuir do que somar.


Quando chega na divisão é quase um desespero, ainda mais quando sobra um resto. É que ninguém entende aonde ou pra quem vai ficar o resto. Até no cotidiano ninguém gosta de dividir nada. A dificuldade no aprendizado não parece à toa, o homem rejeita essa prática.


Quando o homem aprender a dividir corretamente e saber onde deve ficar o resto, entenderá que é o mesmo que somar para alguns, mantendo a quantidade de outros, sem necessariamente subtrair de alguém, ou seja, é o mesmo que somar igual para todos; entenderá também que somando os restos teremos mais um inteiro divisível, fazendo outros felizes. O resultado final também é uma soma, a soma da felicidade geral. Poderíamos até chamar esta operação de soma distribuída. Distributiva?


Com esta visão, com certeza a matemática daria mais resultados, talvez fosse dispensável aprender contas de dividir e os homens continuariam felizes a somar palitos, brinquedos, dinheiros, carros, casas e felicidade, porém não somente para si. Quem sabe?


         Odylanor Havlis

terça-feira, 12 de julho de 2016

Preocupações Pedagógicas



Alon Gabbay
Meus Rabiscos
Falar da formação do professor é ter que falar do  problema no todo, enquanto sistema educacional,  por isso há muito com o que se preocupar, há muito por fazer e poucos são os obreiros qualificados para operar a transformação que se exige. Bem! É uma questão de múltiplas facetas e de intenso debate. Não é o caso , agora.

O questionamento colocado é a preocupação  que se tem com relação à formação do professor hoje e em quais  aspectos.

Eu começaria exatamente pelo sistema antagônico, megalomaníaco e fragmentado, que impera e predomina, “patrioticamente”  na realidade educacional hoje.

Estaria transferindo ao sistema, comodamente,  a culpa pelas distorções? Não! Somos parte disso e portando nossas ações corroboram a direção seguida.

Entretanto, preocupa-me sobremaneira a inconsistência da prática, a incoerência dos discursos e o planejamento burocratizado  feito por profissionais de olhos vendados.

Preocupa-me a necessidade da critica vaidosa, aliada à inexistência  da humildade  para o aprendizado continuado.

Preocupa-me  a luta interna, travada para determinar  e impor-se como  “dono” da verdade , que nunca  será absoluta. Luta que se perde em “classe  desencontrada”. Isso sim, preocupa-me: a falta do sentido de classe digna, seja enquanto professorado ou educadores, não importa o adjetivo, pois o  problema se dá pela falta de substantivo. E é justamente este esfacelar  que vem ditando o nível da credibilidade e qualidade da profissão.

Preocupa-me a subserviência, a submissão, a falta de coragem e de brio, que não  faz levantar a voz contra a evasão, a repetência, a exclusão. Preocupa-me a falta de compromisso de tantos, cuja existência só faz denegrir a “missão” — sem pieguismo—  que a alguns é sagrada.

Preocupa-me  a falta de tempo para refletir educação, para abrir alternativas, para sonhar... Por que não?!  Sonhar significa efetivar a afetividade nas relações.

Preocupa-me, isto que acabo de fazer: listar uma série de preocupações. Palavras...

Isto porque preocupa-me, o tempo todo, o que posso almejar; que de fato a competência que me vem sendo formada tenha forças para ir de encontro à pujança desta realidade desafiadora.

Preocupa-me, de fato, saber resistir e ter a hombridade de continuar a aprender... a aprender...

Eis minha preocupação.

Texto redigido para a disciplina Sociologia da Educação, no Curso de Pedagogia, lá pelos idos de 1996/97. Bons tempos!