Dia
desses, o Santo Padre, o Papa, cansado da monotonia do Vaticano, decidiu por
bem dar um passeio de carro. Dispensou de imediato o Papamóvel e mandou vir um
outro carro, comum, mas mais potente.
Pouco
depois, chega o veículo, devidamente conduzido por um chofer num terno bem
alinhado. Depois de circular um pouco, o Sumo Pontífice toca o ombro do chofer e,
na sua serenidade habitual, diz então ao motorista:
—
Dêxa, filho... Quiero mucho dirigir un poquito só!
Sem
nem pensar em contrariar ordens superiores, o motorista se abancou
confortavelmente na poltrona papal, com todo o respeito.
O Santo Padre, ao volante, depois de certo tempo se empolgou e passou dos limites de velocidade, e foi flagrado por um guarda rodoviário. Este, por sua vez, ao ir interpelar o motorista apressadinho, quase morreu de susto quando viu que se tratava de ninguém menos que o Papa.
—
Er... Sua Santidade!!!? O senhor infringiu o limite de velocidade e eu, por
dever de profissão, tenho que multá-lo!
—
Filho, errar é humano! Non me multa! Dêxa eu ir embora!
—
Er... Sua Santidade... Vou ter que consultar meus superiores. Aguarde aí.
E
o guarda, através do aparelho de rádio, entra em contato com seu comandante.
—
Comandante, estou aqui com uma autoridade que desrespeitou o limite de
velocidade e está pedindo para eu fazer vista grossa. O que eu faço?
—
Guarda, que autoridade é essa? Trata-se do prefeito?
—
Não senhor, comandante. Essa autoridade é mais importante que o prefeito.
—
Ah, sim, o governador...
—
Não senhor, comandante. É ainda mais importante que o governador.
—
Não diga! O que o presidente anda fazendo por esses lados?
—
Comandante, deixe-me dizer, não é o presidente. É mais importante ainda...
—
Mas que raios de autoridade pode ser mais importante que o presidente?
—
Também não tenho a menor noção, comandante, mas só para o senhor ter uma ideia,
o motorista do homem é o Papa!!!!
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