terça-feira, 12 de julho de 2016

Preocupações Pedagógicas



Alon Gabbay
Meus Rabiscos
Falar da formação do professor é ter que falar do  problema no todo, enquanto sistema educacional,  por isso há muito com o que se preocupar, há muito por fazer e poucos são os obreiros qualificados para operar a transformação que se exige. Bem! É uma questão de múltiplas facetas e de intenso debate. Não é o caso , agora.

O questionamento colocado é a preocupação  que se tem com relação à formação do professor hoje e em quais  aspectos.

Eu começaria exatamente pelo sistema antagônico, megalomaníaco e fragmentado, que impera e predomina, “patrioticamente”  na realidade educacional hoje.

Estaria transferindo ao sistema, comodamente,  a culpa pelas distorções? Não! Somos parte disso e portando nossas ações corroboram a direção seguida.

Entretanto, preocupa-me sobremaneira a inconsistência da prática, a incoerência dos discursos e o planejamento burocratizado  feito por profissionais de olhos vendados.

Preocupa-me a necessidade da critica vaidosa, aliada à inexistência  da humildade  para o aprendizado continuado.

Preocupa-me  a luta interna, travada para determinar  e impor-se como  “dono” da verdade , que nunca  será absoluta. Luta que se perde em “classe  desencontrada”. Isso sim, preocupa-me: a falta do sentido de classe digna, seja enquanto professorado ou educadores, não importa o adjetivo, pois o  problema se dá pela falta de substantivo. E é justamente este esfacelar  que vem ditando o nível da credibilidade e qualidade da profissão.

Preocupa-me a subserviência, a submissão, a falta de coragem e de brio, que não  faz levantar a voz contra a evasão, a repetência, a exclusão. Preocupa-me a falta de compromisso de tantos, cuja existência só faz denegrir a “missão” — sem pieguismo—  que a alguns é sagrada.

Preocupa-me  a falta de tempo para refletir educação, para abrir alternativas, para sonhar... Por que não?!  Sonhar significa efetivar a afetividade nas relações.

Preocupa-me, isto que acabo de fazer: listar uma série de preocupações. Palavras...

Isto porque preocupa-me, o tempo todo, o que posso almejar; que de fato a competência que me vem sendo formada tenha forças para ir de encontro à pujança desta realidade desafiadora.

Preocupa-me, de fato, saber resistir e ter a hombridade de continuar a aprender... a aprender...

Eis minha preocupação.

Texto redigido para a disciplina Sociologia da Educação, no Curso de Pedagogia, lá pelos idos de 1996/97. Bons tempos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique à vontade!
Os comentários têm a função precípua de precipitar a maturação da reflexão, do texto “apossado”. É um ponto de partida, sem o ponto de chegada. É o exercício da empatia no rompimento do isolacionismo, posto que, tudo está conectado. É a sua fala complementando a minha. Por isso mesmo fique à vontade para o diálogo: comentar, concordar, discordar, acordar...