Falar da formação do professor é ter
que falar do problema no todo, enquanto
sistema educacional, por isso há muito
com o que se preocupar, há muito por fazer e poucos são os obreiros
qualificados para operar a transformação que se exige. Bem! É uma questão de
múltiplas facetas e de intenso debate. Não é o caso , agora.
O
questionamento colocado é a preocupação
que se tem com relação à formação do professor hoje e em quais aspectos.
Eu
começaria exatamente pelo sistema antagônico, megalomaníaco e fragmentado, que
impera e predomina, “patrioticamente” na
realidade educacional hoje.
Estaria
transferindo ao sistema, comodamente, a
culpa pelas distorções? Não! Somos parte disso e portando nossas ações
corroboram a direção seguida.
Entretanto,
preocupa-me sobremaneira a inconsistência da prática, a incoerência dos
discursos e o planejamento burocratizado
feito por profissionais de olhos vendados.
Preocupa-me
a necessidade da critica vaidosa, aliada à inexistência da humildade
para o aprendizado continuado.
Preocupa-me a luta interna, travada para determinar e impor-se como “dono” da verdade , que nunca será absoluta. Luta que se perde em “classe desencontrada”. Isso sim, preocupa-me: a
falta do sentido de classe digna, seja enquanto professorado ou educadores, não
importa o adjetivo, pois o problema se
dá pela falta de substantivo. E é justamente este esfacelar que vem ditando o nível da credibilidade e
qualidade da profissão.
Preocupa-me
a subserviência, a submissão, a falta de coragem e de brio, que não faz levantar a voz contra a evasão, a
repetência, a exclusão. Preocupa-me a falta de compromisso de tantos, cuja
existência só faz denegrir a “missão” — sem pieguismo— que a alguns é sagrada.
Preocupa-me a falta de tempo para refletir educação, para
abrir alternativas, para sonhar... Por que não?! Sonhar significa efetivar a afetividade nas
relações.
Preocupa-me, isto que acabo de fazer: listar uma série de preocupações.
Palavras...
Isto
porque preocupa-me, o tempo todo, o que posso almejar; que de fato a competência
que me vem sendo formada tenha forças para ir de encontro à pujança desta
realidade desafiadora.
Preocupa-me,
de fato, saber resistir e ter a hombridade de continuar a aprender... a aprender...
Eis
minha preocupação.
Texto redigido
para a disciplina Sociologia da Educação, no Curso de Pedagogia, lá pelos idos de 1996/97. Bons tempos!
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