domingo, 27 de fevereiro de 2011

Baú do Caminhar: Mania de Pressa!

"Pressa...", de Rui Barreira

 Baú do Caminhar

A gente tem mania de pressa... Somos movidos a urgências. E a gente corre, quando devia acalmar os passos.

Talvez, daqui a algum tempo, a memória venha cobrar contas difíceis. Exigir reparo a tantas transgressões idas, sob a égide da pressa.

Nossa ordem de prioridades raramente contempla a efetividade da afetividade. Somos premidos por resultados. Respostas ágeis ao labor dos dias mais nublados.

Apressa-se o olhar. Ele já não carrega tanta ternura e compaixão. Os corpos em movimentos laterais, os que se colocam adiante dos passos  e até mesmo aqueles prostrados nas calçadas, são apenas pontos demarcados no espaço para desvio de rota. São objetos sobre os quais já não se presta tanta atenção. Há pressa de cruzar a rua. Chegar noutro lado.

Os seres "inanimados", que circundam minhas adjacências, também emprestam a mesma redundante pressa no olhar. Engraçado isso! Estranhos tão próximos, quase sempre numa mesma rua, numa mesma esquina... mas ainda estranhos. São mais estranhos que a vitrine da loja. Nessa os olhos costumam repousar, ainda que a avidez exija olhar tudo em tempo recorde.

Se os passos são rápidos e largos, alguns encontros são também sufocados, quando não, fugazes. Há pressa no abraço. Por vezes ele é trocado por um rápido aperto de mãos, isso quando, por intransigência do outro, já não é mais possível oferecer apenas um sorriso morno, com pequenos movimentos alternados das sombrancelhas. Uma melancólica tentativa de justificar a pressa.

Por conta da pressa, desaprendemos a arte de escutar os sons relâmpagos do cotidiano. Minha voz precisa eclodir, antes de qualquer outro. A intolerância exige ritmo acelerado. A paciência se esvai. A pressa não permite tais banalidades. Tais deleites  são refugados na contraordem do ritmo frenético.

Desaprendemos a procrastinar...É isso mesmo! Talvez se assim o fizéssemos, poderíamos reter o tempo... acalmar os passos... abafar o tic-tac do relógio tarefeiro e, quem sabe, olhar com a alma a simplicidade das "coisas" esquecidas.

É na calmaria, longe das turbulências incontidas, que o horizonte faz descortinar outras possibilidades. É como diz o poeta:
"Ando devagar porque já tive pressa,
E levo esse sorriso, porque já chorei demais,
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei, ou
Nada sei, conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs.
É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz
Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir"
.

Música: Ando Devagar , de Almir Sater
Postagem original:  dia  21 de maio de 2010

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Medida do Amor!

"Areia nas mãos", de Ana

Uma mãe e a sua filha estavam a caminhar pela praia. Num certo ponto, a menina disse: 

— Como se faz para manter um amor?
 
A mãe olhou para a filha e respondeu: 

— Pegue num pouco de areia e feche a mão com força...

A menina assim fez e reparou que quanto mais forte apertava a areia com a mão, com mais velocidade a areia escapava. 

— Mamãe, mas assim a areia cai!!!

— Eu sei, agora abra completamente a mão... 

A menina assim fez, mas veio um vento forte e levou consigo a areia que restava na sua mão. 

— Assim também não consigo mantê-la na minha mão! 

A mãe, sempre a sorrir lhe disse: 

— Agora pegue outra vez um pouco de areia e mantenha a mão semi aberta como se fosse uma colher... bastante fechada para protegê-la e bastante aberta para lhe dar liberdade. 

A menina experimenta e vê que a areia não  escapa da mão e está protegida do vento. 

A mãe então, carinhosamente, conclui:

— É assim que se faz durar um amor!!!! 


Autor desconhecido

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Baú dos Caminheiros: Minha Gaivota

MINHA GAIVOTA

 Baú dos Caminheiros: Mari Amorim

Sempre é tempo de recomeçar. Em qualquer situação podemos abrir novas portas, conhecer novos lugares, novas pessoas, ter outros sonhos. Renovar o nosso compromisso com a vida e assim, renascer para a vida e alcançar a felicidade. 

 

Não importa quem te feriu, o importante é que você ficou. Não interessa o que te faltou, tudo pode ser conquistado. Não se ligue em quem te traiu, você foi fiel. Não se lamente por quem se foi, cada um tem seu tempo. Não reclame da dor, ela é a conselheira que nos chama de volta ao caminho. Não se espante com as pessoas, cada um carrega dentro de si, dores e marcas que alteram o seu comportamento, ora estamos felizes e transbordamos de alegria e paz, ora estamos melancólicos e só queremos ficar sozinhos... 

 

O mundo está cheio de novas oportunidades, basta olhar para a terra depois da chuva. Veja quantas plantinhas estão surgindo, como o verde se espalha mais bonito e forte depois da tempestade. 

 

As portas se abrem para os que não tem medo de enfrentar as adversidades da vida, para os que caíram, mas se levantam com o brilho de vitória nos olhos. 

 

Todo o caminho tem duas mãos, uma que seguimos ainda com passos inseguros, com medo, porque não sabemos ainda o que vamos encontrar lá na frente, na volta, mesmo derrotados, já sabemos o que tem no caminho, e quando um dia, resolvemos enfrentar os nossos medos e fazer essa viagem novamente, somos mais fortes, nossos passos são mais firmes, já sabemos onde e como chegar ao destino, o destino é a vitória, o seu destino é ser feliz, eu creio nisso, e você? 

 

Você está pronto para recomeçar? O caminho está a tua espera, pé na estrada, coloque um sonho na alma, fé no coração e esperança na mochila, a vida se enche de novidades para os que se aventuram na viagem que conduz a verdadeira liberdade





Este texto foi publicado em 2008, não consegui saber a data exata. Vale dizer que ele provocou profundas reflexões e permitiu algumas decisões pontuais. Fiz algumas releituras e num momento em que precisava refletir sobre escolhas... As asas haviam desaprendido  o voo e a imensidão do céu e do mar já faziam meus olhos clamarem por horizontes a desbravar...

Mari é uma poetisa que faz rimas da vida e seus amores, dos sonhos e buscas, das verdades e dores, do ser humano e seu esplendor... enfim, encanta pela beleza e magia de brincar com as palavras!

Visitem o blog Mari Brincando com a Rima! Tenho absoluta certeza de que ficarão encantados, como eu estou! 


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Presentes no caminho




Presentes na Estrada

A Iara, capricorniana feito eu, do blog Meu Mundo Particular, generosamente presenteou-me com dois selos, para os quais algumas perguntas precisam ser respondidas.  Obrigado, Iara, de coração, por lembrar-se do Caminhar & Ruminar. Meu carinho a você!

Vamos então aos selos e suas regrinhas.


1- Este Blog Tem Sabor Delicioso:

1-     Conte um sonho que você tem?
Dentre tantos e tantos, ainda alimentados, envelhecer feliz e com a família muito bem estruturada.

2- Uma frase que te veio à cabeça agora:
Eu creio em Deus!

3- Seu maior medo:
Há alguns, ainda inconfessos.

4- Um livro que você leu e ficou sonhando.
Do mais recente, não digo sonhando, mas refletindo acerca das questões femininas: “Fica comigo para o café da manhã – o mito amoroso e a mulher contemporânea”, de Noely Montes Moraes.

5- Sua (seu) melhor amigo.
Não tem como! São meus dois filhos!

6- Uma música que te faz sonhar.
Unchained Melody

7- Você tem um amuleto? Qual?
Não! Nenhum!

8- Conte um sonho que você teve e ficou com medo.
Não me lembro, sinceramente! Não tenho medo do que sonho. Tenho medo do que não sonho (rsrs).
  

2 - Selo de Qualidade - Este Blog é Recomendadíssimo:
Nome: Gilmar

Uma Música: My Way

Humor: afinadíssimo

Uma cor: azul

Uma estação: Outono

Como prefere viajar: com a família

Um seriado: 24 Horas

Frase ou palavra mais dita por você: Senhor dos Passos!!!!

O que achou do selo: Gostei muito! É muito bom ser lembrado e presenteado!

Indicação dos Blogs:  desta vez eu não indicarei, especificamente, os blogs. Farei diferente. Os selos são oferecidos a todos que acessarem esta postagem. Sintam-se, de verdade, presenteados com os dois selos em razão da presença e cumplicidade emprestadas.

E, uma vez mais, obrigado a você, Iara, pelos presentes nesta Estrada. Meu imenso carinho a você!!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Maneiras de dizer as coisas...

Quintas de Humor
"Bêbado como uma Esponja", de Rick X

1- Com receita 

Numa pequena cidade, no interior do Rio Grande do Sul, uma  mulher entra em uma farmácia e fala ao farmacêutico:
               - Por favor, quero comprar arsênico.
               - Mas... não posso vender isso ASSIM! Qual é a finalidade?
               - Matar meu marido!!
               - Pra este fim... piorou... não posso vender!!!
               A mulher abre a bolsa e tira uma fotografia do marido, transando com a mulher do farmacêutico.
               - Ah bom!... COM RECEITA É OUTRA COISA! 


2- Com jeitinho
 
Antonio acorda com uma ressaca monumental! Dessas bravas mesmo! Ele se esforça para abrir os olhos e a primeira coisa que vê é um par de aspirinas e um copo com água no criado mudo.  Com dificuldade, se senta e vê sua roupa toda limpa e bem passada. Antonio olha ao redor do quarto e vê que tudo está em perfeita ordem e limpo. O resto da casa está igual. Toma as aspirinas e vê um bilhete sobre a mesa:

"Amor, o café da manha esta na cozinha. Dei uma saidinha para fazer umas compras. Hoje farei o seu almoço preferido! Te amo."

Assim que vai à cozinha, encontra o café da manhã posto e o jornal do dia sobre a mesa. Seu filho já está tomando café. Antonio pergunta:

-  Filho, o que aconteceu ontem a noite?

Seu filho, meio sarcástico, lhe responde:

-Bem, o senhor chegou depois das três da madrugada, bêbado como um gambá e delirando. Quebrou alguns móveis, vomitou no tapete novo e enfiou a cara na porta, ficando com esse olho roxo aí.

Confuso, Antonio pergunta:

- E como é que tudo está tão limpo e arrumado? Tudo certinho? Sua mãe não está brava e o café da manhã na mesa?

Seu filho responde:

- Ah, isso!!!  Mamãe te arrastou até o quarto e quando tentou tirar tuas roupas, você ficou bravo e gritou com ela: "Hei moça, me deixa em paz, sou um homem casado! Não toque em mim!"

Conclusões:
Uma ressaca: R$ 150,00
Móveis destruídos:  R$ 1.500,00
Café da manhã: R$ 30,00 
Dizer a frase certa: não tem preço!


Uma ótima quinta a todos!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Tempo e as Jabuticabas...

Outros Autores

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que, apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de ‘confrontação' onde ‘tiramos fatos a limpo'. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: ‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa!...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão-somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

O essencial faz a vida valer a pena.

Autoria: Rubem Alves 
Filósofo, Teólogo, Psicanalista, Professor, Escritor e Poeta...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Baú do Caminhar: Lobos e Avessos

Baú do Caminhar

Gosto muito deste texto! Foi publicado, originalmente, no dia 12 de maio de 2010.
Ainda hoje, sempre que reflito sobre escolhas, eu me lembro da metáfora dos lobos e deste texto.
Tomara que gostem também, pois ele inaugura o espaço quinzenal do Baú do Caminhar!

"Lobos", de Pedro Serra

É muito conhecida a metáfora dos dois lobos, divulgada amplamente na internet. Ela se parece muito com nossas escolhas, com nossas intempéries atitudes e, claro, confunde-se, o tempo todo, com cada um de nós, simples seres mortais. A metáfora é assim:

“Um velho avô disse ao seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo, que lhe havia feito uma injustiça:
— Deixe-me contar-lhe uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio daqueles que aprontaram tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra estes sentimentos...
E ele continuou:
— É como se existissem dois lobos dentro de mim, numa luta constante. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isto. E da maneira correta. Mas, o outro lobo, ah! Este é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma! Algumas vezes é difícil conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito.
O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou:
— Qual deles vence, Vovô?
O Avô sorriu e respondeu baixinho:
— Aquele que eu alimento mais freqüentemente".

Eu me deparo brigando com meus limites, com minhas escolhas. Ao longo dos dias cultuei valores, propaguei atitudes e extrapolei constructos. Reconstruí concepções, reformulei compreensões e uma vez mais, debato-me, numa incessante luta, com meus percalços limítrofes.

O aprendizado mais difícil é exatamente esse, o de revirar-se por completo, desnudar-se e, ante o espelho do cotidiano, deparar-se com o seu avesso.

A morada desse avesso apropria-se, de forma intangível, mas ao mesmo tempo de uma maneira eloquente, de suas incongruências inconfessas. São lobos soltos no tempo, com mandíbulas robustas e caninos afiados. Ao menor descuido se prontificam a vesti-lo noutra roupagem e chantageiam suas crenças, num abraço infindável à fragilidade exposta.

As unhas esfomeadas dilaceram o coração, tornando-o pateticamente poético e romantesco. A nova roupagem já começa a ditar as frases desconexas.

A volúpia do abraço mortífero já não reconhece quaisquer resistências. Aos poucos tudo é despedaçado e vorazmente consumido. O avesso vive. Prostitui o meu norte.

Entretanto, nessa incontida briga, a consciência reclama e chora cada pedacinho de utopia assentada na argamassa do abrigo esmorecendo. Afinal, o que mais alimentei na caminhada? O que, de fato, sustenta meus propósitos? E, por que no vacilo do tropeço, remexeram meu avesso?

É porque me descuidei. Permiti a solidão da dor. Ressenti as perdas. Não diligenciei minhas vicissitudes. Não auscultei minhas angústias. Não respeitei meus medos. Não acreditei nas minhas verdades extenuadamente vividas. Assim, frágil de amor próprio, combalido e atordoado, letargicamente perdido e ferido, assisto o meu avesso vestir-se para a festa. Vai comemorar meu vergonhoso fracasso.

Na briga, que persiste, um sopro de luz, um pequenino e tênue sopro de luz ainda faz respirar a alma inerte. Acesos, os olhos já não fogem da horrenda visão que o avesso impõe. A memória reconstrói forças. Na sofreguidão do abismo, as mãos já conseguem agarrar-se às histórias de cada uma das encruzilhadas vencidas, onde cada escolha redesenhou-me, de forma transformadora.  Impetuosamente, o que dilacerado estava, se ergue refeito. Na consciente fúria refuto os lobos carniceiros, dispo-me das roupas emprestadas e o instinto de sobrevivência faz recobrar a pulsação. É a minha metamorfose do renascimento.

Uma vez refeito, depois de tantas desacomodações, aquieto-me num novo aprendizado: a compreensão das minhas imperfeições. Desta feita, porém, sei que o outro lobo não morreu, apenas se afastou e escondido permanecerá. Com certeza, na ânsia de se fazer vivo, ele tentará se alimentar das migalhas que eu oferecer em cada ato, em cada gesto, em cada atitude... em cada escolha!

Agora cada passo dado rumo ao infinito já sabe a face do avesso, por isso mesmo é firme e constante. E cada pegada, largada na estrada, me assegura que os desencontros são pontes que constroem grandes encontros.  

Esse deve ser o propósito! Sempre!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Pomadinha!

Quintas de Humor
"Carícias", de Jorge Pinto

O sujeito, na casa da namorada, avança nas carícias, até que ela, já em êxtase, pede para transarem.

Abraços calientes, beijos intensos, carícias redobradas… Mas, para desespero do sujeito, o “instrumento” não funciona. Naquela flacidez desesperadora, o nervosismo só fazia piorar a situação!

Sem saber bem o que fazer, resolveu que deveria ir ao banheiro, talvez quem sabe, ter uma “conversa” definitiva… Afinal, havia desejado aquele momento mais que tudo e definitivamente, sabia ali que era perdidamente apaixonado pela namorada. Não poderia falhar. Não naquele momento!

Desesperado, começou a vasculhar tudo, a tatear tudo, mesmo porque, tamanha impaciência que nem se deu conta de acender a luz. Tudo escuro. Apagado. Louco e insano, buscava no armarinho algo que lhe ajudasse a solucionar o problema. E, na penumbra do banheiro, encontra uma pequena caixa com pomada.

Pensou logo que aquele “creme” feminino poderia reestabelecer o vigor. Não titubeou. Apertou com força e untou, demasiadamente, o “instrumento”, que logo se prontificou a ressurgir!

Oh!!! Que maravilha!

Em instantes retomou o seu vigor juvenil e, para o próprio espanto, de uma forma intensa, triplicando-lhe os desejos e avantajando, ainda mais, a “ferramenta”.

O tipo volta pra cama e faz amor com a namorada que fica extasiada, ante tal vigor.

Ensandecidos, ainda insistem numa segunda transa. Quanto vigor foi manifestado!

Uma vez terminado tudo, o homem fica curioso para saber que pomada milagrosa era aquela com a qual tinha se untado.

Ele se levanta, sorridente e feliz da vida, vai ao banheiro, acende a luz e busca a pomadinha.

Depois de um bom tempo a namorada entra no banheiro e o encontra desmaiado no chão, com uma caixinha na mão onde se podia ler:

 
 
 
Uma ótima quinta a todos!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Afiando o Machado

"Poda de árvores", de Miguel Oliveira

Metáfora da Semana


Espaço novo! Proposta nova!

Quinzenalmente uma nova metáfora será publicada, dividindo as terças com os "Outros Autores"!

Inagurando, eis então a metáfora, sem comentários. Cada um escolhe a reflexão ou compreensão que julgar mais adequada ou conveniente.


Afiando o Machado

No Alasca, um esporte tradicional é cortar árvores. Há lenhadores famosos, com domínio, habilidade e energia no uso do machado. 
Querendo tornar-se também um grande lenhador, um jovem escutou falar do melhor de todos os lenhadores do país. Resolveu procurá-lo.
- Quero ser seu discípulo. Quero aprender a cortar árvore como o senhor.

O jovem empenhou-se no aprendizado das lições do mestre, e depois de algum tempo achou-se melhor que ele. Mais forte, mais ágil, mais jovem, venceria facilmente o velho lenhador. Desafiou o mestre para uma competição de oito horas, para ver qual dos dois cortaria mais árvores.
O desafio foi aceito, e o jovem lenhador começou a cortar árvores com entusiasmo e vigor. Entre uma árvore e outra, olhava para o mestre, mas na maior parte das vezes o via sentado. O jovem voltava às suas árvores, certo da vitória, sentindo piedade pelo velho mestre.
Quando terminou o dia, para grande surpresa do jovem, o velho mestre havia cortado muito mais árvores do que o seu desafiante.
- Mas como é que pode? – surpreendeu-se. Quase todas as vezes em que olhei, você estava descansando!
- Não, meu filho, eu não estava descansando. Estava afiando o machado. Foi por isso que você perdeu.
Aprendizado é um processo que não tem fim. Sempre temos algo a aprender. O tempo utilizado para afiar o machado é recompensado valiosamente. O reforço no aprendizado, que dura a vida toda, é como afiar sempre o machado. Continue afiando o seu.

Do livro: Comunicação Global - Dr. Lair Ribeiro

domingo, 6 de fevereiro de 2011

As Mãos

"As mãos", de Mafalda

Baú dos Caminheiros - Isadora

Pois é... Depois de longas férias é tempo de voltar! E neste ano o Caminhar & Ruminar completará o seu primeiro aniversário. Assim, de fevereiro a abril publicarei, quinzenalmente, com a devida permissão, postagens garimpadas nos blogs dos caminheiros que transitam por aqui. É o Baú dos Caminheiros! E na próxima semana inauguraremos o Baú do Caminhar, com republicações de algumas de nossas postagens.

Então, até pela força da metáfora permitida, neste primeiro Baú dos Caminheiros escolhi o texto de Isadora, "As Mãos", publicado em 8 de dezembro de 2009, no Tantos Caminhos, para inaugurar o espaço. E embora sejam permitidas outras compreensões, as mãos aqui retratadas remetem a cada uma das amizades tecidas no caminho e do quanto é importante a cumplicidade. É como diz a própria Isadora: "As mãos se procuram para que os sonhos andem juntos".

Eis aí o belíssimo texto: 

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 As Mãos


Quando você vai entender que são preciso dois.

O tempo não esperará e esse um virará dois.

É assim, muitas pessoas são especiais. Segure logo a minha mão.

Não deixe que outro venha e pegue a minha mão.

Eu posso partir.

As mãos se procuram para que os sonhos andem juntos.

Não deixe que outro venha e pegue a minha mão. É possível que eu vá atrás de outros sonhos e segure essa outra mão.

Amores são possíveis, Amores são leais, Amores são desiguais.




Visite o Tantos Caminhos! Tenho certeza de que você se encantará!