segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Conheço gente...



Conheço pessoas, tanta gente, de tantas estradas... algumas delas ensinaram pelo exemplo a ser seguido, outras também, mas pelo exemplo a ser recusado... Numas me reconheço, noutras me assusto, noutras ainda vigio em mim a distância exigida.


Conheço gente que é egoísta, que ignora o ser humano em suas frágeis caminhadas. Gente, de nariz empinado e olhares altivos, majestosos demais e que, por isso mesmo, o outro não passa de vassalo, de proletário no seu reino de sovinice.


Conheço pessoas que ocupam, todos os dias, mesas e cadeiras numa sala da “coisa pública”, mas que não fazem a menor diferença para ninguém, pois não se comprometem e não se envolvem. As atrocidades e injustiças passeiam ao lado, tentam até “cutuca-las”, mas inertes e “amorfas”, fingem outro mundo.


Conheço gente de temperança fraternal, de dedicação sem precificação e que sujeita-se a sacrifícios pessoais tão somente por complacente disponibilidade.


Conheço pessoas eivadas de estigmas e propagadoras de tantos outros. Que se nutrem das dores alheias, apenas para ver mitigada a própria indolência e incompletude humana.


Conheço gente que estende a mão, com firmeza agarra a que tenta esvair-se da vida. Que segura e não afrouxa; que acaricia e não espalma; que chama e não repulsa; que aponta o rumo e não nega atenção. Que abraça e ensina a cumplicidade.


Conheço pessoas de benevolente entrega, que não se prendem a estereótipos de qualquer tipo, mas renunciam e recusam-se a pensar recompensas ou  reconhecimento. Nada de rótulos.


Conheço tanta gente e ao mesmo tempo não as conheço mais... Em algumas vejo reflexos de si mesmas e noutras, delas até o reflexo foge! Reconheço-me em algumas e noutras me invade o medo.


Não sei o tempo todo esta ou aquela, mas na caminhada existencial, algumas pitadinhas de escuras e tenebrosas faces provavelmente já tenham batido à minha porta e quem sabe até, algumas dessas pegadas tenham ficado na estrada...


Não sei...


Se as demarquei, em momentos de irreconhecível imaturidade, então as pegadas ficaram mesmo no tempo. Não voltam mais, é bem verdade, mas e se fizeram estragos? Então sei que aprendi outros passos, outros olhares, outros sonhos, outras possibilidades... E que a correção se deu na dor do saber ser, se fez na angústia revisionista e se consolida nos encontros íntimos de cada dia, na profundeza da alma sedenta de humanização.


Ousar reconhecê-las já é refazer-se e este refazimento já reinaugura outro tipo de gente...


E essa gente, em mim, eu conheço bem!

terça-feira, 18 de outubro de 2016

O cego e o publicitário

Metáfora



Havia um cego sentado numa calçada em Paris, com um boné a seus pés e um pedaço de madeira escrito com giz branco:



“Por favor, ajude-me, sou cego”



Um publicitário, da área de criação, que passava em frente a ele parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz, virou-o, pegou o giz e escreveu outro anúncio. Voltou a colocar o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora.



Ao cair da tarde, o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola. Seu boné, agora, estava cheio de notas e moedas.



O cego reconheceu as pisadas do publicitário e lhe perguntou se havia sido ele quem reescrevera o cartaz, sobretudo querendo saber o que ele havia escrito.



O publicitário respondeu-lhe: 


— Nada que não esteja de acordo com o seu anúncio, mas com outras palavras.



E, sorrindo, continuou o seu caminho.



O cego nunca soube o que estava escrito, mas seu novo cartaz dizia:



"Hoje é primavera em Paris, e eu ... não posso vê-la!"

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Exame de urina do futuro

Humor


Régis, analista de sistemas, está com muita dor no braço direito e resolve ir ao médico.

Chegando lá, o doutor lhe diz: 

— Tenho um novo computador aqui, basta você urinar neste potinho e ele nos dirá o que você tem! 

 — Ha ha ha! Não acredito nisso! Sou analista de sistemas e nunca ouvi tamanha asneira! Mas, vamos lá! 

Régis urina no potinho e entrega ao doutor, que o coloca no compartimento de análise do Computador. Aperta um botão aqui, outro ali. Passados uns 50 segundos, sai um papelzinho: 

################## Régis Magalhães

35 anos

Branco Analista de Sistemas

Artrite no braço direito

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— O quê!? Como essa máquina fez isso! Eu quero fazer o exame de novo!

Régis vai para casa. No dia seguinte, desta vez em jejum, faz xixi no potinho e leva à máquina para nova análise. 

Passados outros 50 segundos, sai outro papelzinho:

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 Régis Magalhães

 35 anos

 Branco

 Analista de Sistemas

 Artrite no braço direito

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— Doutor, realmente não acredito. Me dê outro pote! 

Régis vai para casa. Faz xixi dentro. Pede para a mulher e a filha fazerem também. Coloca um pouco de óleo do carro e ainda por cima se masturba e coloca o resultado  no potinho. Mistura tudo e leva para o doutor pensando: 

— He he he! agora quero ver!

O doutor coloca o pote no computador.  Estranhamente e pela primeira vez o resultado demora um pouco mais... Depois de pouco mais de 3 minutos o resultado aparece. Sai o papel: 

############################################### Régis Magalhães

35 anos

Branco

Analista de Sistemas

Corno

Filha grávida de 3 meses

Seu carro precisa fazer uma revisão no motor.

Da próxima vez que se masturbar, faça-o com a mão esquerda,  pois o BRAÇO DIREITO ESTÁ COM ARTRITE, BABACA!! 
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