sábado, 16 de outubro de 2010

Partidas e Chegadas!



É uma grande alegria receber o primeiro selinho do Rumo à Escrita, oferecido pela Déia, um raro tesouro encontrado na caminhada. Visite e conheça o Rumo à Escrita, tenho absoluta certeza de que será tomado por um encantamento sem igual.

O selo “Partidas e chegadas... O que faz você feliz?”  tem regras bem simples:
1 - Copie e cole o selinho na sua postagem;
2 - Conte-nos o que lhe faz feliz, entre partidas e chegadas, simples assim!; 
3 - Conte quem lhe presenteou, se possível adicionando o link para o blog;
4 - Indique ao menos 5 blogs para receberem o carinho e avise-os, para que eles possam continuar a brincadeira. Podem ser mais, claro, o importante é provocar a ideia naqueles que lhe visitam!
5 - Volte aqui e avise se já está participando, nesse mesmo post.

Eu convido os seguintes blogs a continuarem a brincadeira, lembrando sempre que fiquem à vontade, sem constrangimentos, para acolherem ou recusarem:


Agora é dizer sobre  partidas e chegadas... 

Opto então por pensar “partidas e chegadas” enquanto processos evolutivos do ser, enquanto instâncias de refazimento de si e de criação das novas metas, em constante processo "espiralado" de reconstrução.

Essa evolução, por todos experimentada, talvez com ponto de partida bem delineado, mas sem ponto final ou de chegada definido, por conta também das involuções sofridas, é a trajetória natural de cada ser humano.

A falta do ponto final nos remete à estrada sem fim, à amplidão do rumo, onde o horizonte é tingido, aos nossos olhos, por cores de nevoeiro, poeira, chuvas torrenciais, escuridão, reflexos de luzes, enfim, são metáforas dos desafios a ultrapassar, das curvas montanhosas a sobreporem declives e aclives acentuados, e tudo isso nas desconhecidas formas e condições de prosseguir os passos.

Evolui-se entre tantas chegadas e tantas partidas, por vezes concomitantes. Alguns param na chegada. Outros não querem mais a partida. Alguns se aquietam nos pontos de descanso da estrada e não se pode dizer que são menos felizes por isso. São escolhas. Optou-se por permanecer naquele lugar, independente das limitações impostas. É que nem todos tem a aptidão para explorar outros caminhos, a alma não é expedicionária e nela não mora a curiosidade, nem tampouco a ousadia.

Outros são afoitos nas partidas. Não saboreiam a chegada. Não permitem que os olhos descansem, por segundos sequer, nas novas paragens. Não apreendem, portanto não aprendem. O pensamento intuitivo ignora o convite reflexivo. Etapas são puladas. Esses também não são menos felizes por isso!

Outros ainda enamoram-se das chegadas, tecem laços emotivos para além do tempo permitido. Acomodam-se na intensificação do sabor experimentado. Lambuzam-se, em demasia. Adormecem nos braços convidativos da suposta felicidade que não reclama reforço, cuidados ou sonhos. E também não são menos felizes por isso!

Há então os que titubeiam ante as escolhas de partir ou de chegar. Há medo de partir, pois não se quer abrir mão do que já tem. Há medo de chegar, pois o enfrentamento do desafiador “novo e desconhecido” desestabiliza a autonomia.  Incertos dos passos e dos rumos, acolhem os ditames de outros viajantes, muitos desses oriundos de lugares inóspitos e inabitados por almas humanas. Incautos, sobrevivem à sombra de si mesmos, desconhecendo dores aguçadas e sorrisos engrandecidos, por isso respiram involução, num edema pulmonar prestes a subtrair-lhes a vida. Esses sim, são menos felizes por isso!

Ser feliz então, entre partidas e chegadas ou entre chegadas e partidas, é a capacidade de seguir adiante, com a humilde consciência do aprender a aprender e do aprender a ser; do refazer-se, do desconstruir e reconstruir-se, em permanente estado de alerta. É insistir nos passos, ir com as mãos vazias e límpidas, dando sacudidelas nos entulhos não recicláveis, revigorando-se e lançando fora o que já não serve mais. Seguir evoluindo, não desconhecer as involuções, mas jamais fugir das escolhas.

E, se preciso for, vale o “metamorfoseio” ambulante, já cantado por Raul: “... prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Sobre o que é o amor, sobre o que eu nem sei quem sou...”

E você!?






19 comentários:

  1. Meu dileto amigo Gilmar. Há alguns meses atrás falávamos como o Kronos da Internet é diferente do que vivenciamos aqui fora, lembra-se? Mencionei inclusive o quanto me admirava escrevermos textos que facilmente poderiam ser completados por quaisquer um de nós, visto a similaridade de conteúdos que compartilhamos.

    Pois hoje vejo exemplificado o que há tanto tempo já tínhamos nos dado conta! Ao lançar a proposta pensei grandemente nas partidas e chegadas emocionais que já fiz em minha vida, e quantas ainda estão para acontecer.

    Arrependeria-me se não tivesse tomado os vários cursos que a vida apresentou-me. Mesmo os erros foram lições válidas, aprendizados importantes, momentos em olhar o outro nos olhos e reconhecer minha própria incompetência em alguns assuntos.

    Fazemos as paradas que julgamos necessárias com base nas informações que detemos naquele momento. Não nos cabe olhar para trás e julgar o ocorrido com os olhos tão mais vividos. "Ah se eu soubesse...". Não cabe nessas partidas o arrependimento. Cabe a aceitação de que o para trás não pode ser mudado, mas que podemos imprimir o nosso ritmo no presente e, quem sabe, gerar a mudança no futuro.

    Entre partidas e chegadas escolho o caminho que percorro entre elas. Sem medo, com determinação. Serei magoada e, provavelmente magoarei também ao longo da estrada, mas nos cabe, aí também querido amigo, sabermos desculpar e pedir perdão.

    Absolutamente nada é uma via de mão única - por isso existem as partidas e as chegadas, pois caminhamos em direções opostas e contrárias o tempo todo, buscando sentido em meio as atribulações diárias que nos cegam como o sol, mas que são importante luz em nossas passadas...

    Fui longa, mas aqui cabem os longos questionamentos, as profundas reflexões, as dúvidas compartilhadas. Não é todo dia que encontramos um companheiro de pensamento à sua altura!

    Um abraço sempre em admiração,
    Deia

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  2. Oi , Gilmar !


    O objetivo desse selinho é muito legal ...
    Muito bom seu texto.


    BjO Grande e um Final de Semana Feliz.

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  3. Amigo Gilmar,
    fiquei aqui...lendo...refletindo,e compartilhando com você,tenho muita dificuldade com partidas..
    Boas energias,sempre
    Mari

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  4. Oi Gilmar
    que bom ler voce.
    E considerar que podemos ser felizes tanto nas chegadas quanto nas partidas.
    E assim , como voce diz aprender aprender.
    só uma certa melancolia em pensar que nem sempre podemos partir e voltar... há partidas sem voltas
    há sempre o tempo de dizer adeus . E de se ir embora...
    aproveitemos nossas chegadas e façamos delas nossas pontes .

    obrigada pela amizade bonita
    deixo abraços e bom ,ótimo domingo

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  5. Querido amigo,

    Eu penso assim: que para aqueles que não conseguem ou tem dificuldades para caminhar avante, nós os carregamos ou empurramos, desse modo, ninguém fica para trás nesse mundo em constante evolução...

    Beijos Gilmar e um bom domingo...

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  6. Muito criativa a sua abordagem. Valeu a pena ler.
    beijos

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  7. Querido Gilmar, é com muito carinho que venho agradecer suas doces palavras. Cada vez que você aparece lá é uma alegria. Muito obrigada pelo carinho. Beijos no coração.
    Ilza

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  8. Bom dia , Gilmar!!

    Agradeço sua visita lá no Desnudo e, pelo comentário deixado...

    Mas quando ao desafio do Amilcar, ainda estou pensando em como postar algo sobre o Tiririca, pois várias seguidores já me colocaram essa proposta, rsrsr..
    Mas quem sabe essa semana, não sai algo!!
    Um grande abraço, e te seguindo...

    Marcio RJ

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  9. Amigo Gilmar
    Como sempre nos leva a refletir em tantas metamorfoses que temos que nos concentrar para não perder o nosso foco.
    Vejo detalhes que trazem as partidas e chegadas ou somente partidas sem chegadas ou os que não partem com medo de chegar.

    A Felicidade está em partir para se reencontrar, renovar, descobrir, evoluir e sempre procurando conhecer o novo, o desconhecido, mas na certeza de voltar ao seu ponto de origem, chegar aonde estão suas raízes, seus frutos, seu coração.

    Lendo um post do blog Banzai da Lolipop ela postou sobre partidas e chegadas e disse que exite uma diferença ente o turista e o viajante.
    O Turista ele parte e fica feliz com sua chegada.
    O Viajante gosta é de partir e seguir sua caminhada sem se preocupar com a volta.
    Ela conclui que é feliz entre partir e voltar.

    E assim vamos continuando a nossa caminhada e aprendendo m,ais um pouquinho sobre a arte de viver.

    Beijos e uma boa semana

    PS. Saiu o Capítulo V da História da menina Raquel e como o considero o meu padrinho no nascimento dessa História fico ansiosa pelo seu comentário e parecer.

    Inspirada comecei a rabiscar um Acróstico que não saiu lá muito bom,mas está aí ... fiz

    Gilmar num belo dia
    Indo meu blog visitar
    Leu da Raquel a história
    Me animou a continuar
    A sua vida contar
    Rápido aceitei a ideia

    Mamyrene então escreve
    O amadurecer da menina
    Raquel sua vida segue
    Amando um belo rapaz
    Indo estudar direito
    Sentindo-se muito feliz.

    Beijos e uma boa semana

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  10. "Deixa a vida me levar. Vida, leva eu..."rs. lembrei também disso: "Vivo o que a vida me traz, sinto o cheiro, gosto, e decido o que quero viver"

    BeijooO*

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  11. Oi Gilmar, uma brincadeirinha:
    "Quando eu crescer, quero escrever assim como você"...rsrs.
    Você escreve de uma forma gostosa, clara e que prende a atenção.
    Amei sua participação e levo daqui muita coisa boa entre partidas e chegadas.
    Parabéns!
    Tenha um bom final de domingo e uma semana de muita paz.
    Beijos no teu ♥

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  12. Parabéns, pelo selinho!!!!

    Beijos

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  13. Olá amigo Gilmar,
    Tudo há que de transformar, não importando se é chegada ou partida, mas a transformação é o que relamente vale a pena, porque mexe conosco e nos ensina, mesmo que as vezes de forma dolorosa ou alegre por demais, mas nos ensina.
    TRansformar é aceitar que há mudanças não se importanto como e nem porque é aceitar o outro, transformando-se e nos encantando...
    Ruim quando entre indas e vindas, de nada mudamos.
    Bjs e sem muitas palavras polidas, deixo aqui simples e básico carinho e admiração, OK
    Inté e parabéns!

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  14. Olá...
    Hoje convidamos você para fazer uma profunda reflexão em nosso blog. Ao ler o texto da nossa amiga Déia e responder a pergunta final: “E para você? Sua vida tem raros momentos de recomeço? Ou você aproveita as rupturas e entra, quando necessário, em uma nova estrada?”
    Esperamos a sua participação.
    Receba o nosso abraço carinhoso

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  15. Parabéns meu amigo.
    Obrigada pelo selinho,e obrigada pela visita.Fiquei afastada sim por
    problemas de saúde,mas agora esta td bem e voltando ao meu Blog.Obrigada por ter perguntado e lembrado de mim.Beijos e continue pois tu merece todo sucesso.
    Até a proxima.

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  16. Fiquei na dúvida sobre o que diferencia o "menos feliz" descrito no sétimo parágrafo dos que se "aquietam" (por escollha), descritos no quarto parágrafo. Precisava de um bocadinho mais de palavras para perceber quem é quem. Ou se são um mesmo.

    Também participei com o selinho da Deia, gostei da pergunta. Tem margem pra muitas respostas. A sua primou pelas minúncias de um processo interno, oculto, mas familiar a todos.

    Bjs,
    Michelle

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Fique à vontade!
Os comentários têm a função precípua de precipitar a maturação da reflexão, do texto “apossado”. É um ponto de partida, sem o ponto de chegada. É o exercício da empatia no rompimento do isolacionismo, posto que, tudo está conectado. É a sua fala complementando a minha. Por isso mesmo fique à vontade para o diálogo: comentar, concordar, discordar, acordar...