terça-feira, 9 de novembro de 2010

Servir... Sempre!

"Mãos de trabalho", de António Manuel Pinto da Silva
 Outros Autores
SERVIR
         Gabriela Mistral


Toda a natureza é uma aspiração de servir.
Nessa vontade:
serve a nuvem
serve o vento
servem os sulcos do arado.
Onde houver uma árvore a plantar,
deves plantá-la tu;
onde houver um esforço a que todos se neguem,
deves aceitá-lo tu;

Se aquele que
retirou a pedra do caminho,
o ódio entre os corações
e as dificuldades do problema.
Há a alegria de ser sadio
e a de ser justo;
mas há, sobretudo,
a formosa
a imensa alegria de servir.
Que triste seria o mundo,
se tudo nele estivesse feito.
Se não pudesse nele plantar uma flor,
ou iniciar uma conquista.

Não.
Não gostes apenas dos trabalhos fáceis.
É belo fazer-se os que os outros evitam
porque é difícil
Não caia no erro de acreditar
só há grandeza
nos grandes trabalhos:
há pequenos serviços,
que são imensos trabalhos.
Adornar a mesa,
pentear uma criança,
plantar uma flor...
Há uns que criticam,
há outros que destroem
- se tu o que serve.

Servir
Não é tarefa dos inferiores.
Deus,
que dá o fruto e a luz,
- serve.
Poderemos chamá-lo:
"O que serve"!
Quando o crepúsculo chegar,
fixa teus olhos em tudas mãos,
- servistes hoje?
A quem?
À árvores, a teu amigo, a tua mãe?

7 comentários:

  1. Olá Gilmar!
    Realmente é bem melhor servir que ser servido, a recompensa é interior, uma paz pelo dever cumprido...

    Bjs
    Mila

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  2. Olá, Gilmar
    Em tudo amar e servir!!!
    Imagem bonita e post igualmente tecido...
    Tenha paz interior e alegria!!!
    Abraços fraternais

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  3. Gilmar, meu amigo, se todos conseguissem pensar dessa forma, certamente, viveríamos muito melhor.
    Acho que ainda temos muito o que aprender na arte de servir, de nos doarmos.
    Fica registrado o seu texto!
    Um beijinho e espero que esteja bem

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  4. Que divinas palavras querido amigo... servir com amor...sempre... beijos...
    Valéria

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  5. Não conhecia esta poesia. Uma lição de humildade em tempos de matéria tão sólida, de ambição tão alta, e de solidão tão escura. Um clarão que atingiu a finalidade que você (muito obrigado) imaginou: de maturar a minha reflexão, de dar a largada para a longa caminhada daqui por diante. Um grade abraço.

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  6. Gilmar

    Digo que servir e fui servida e essa troca mútua nos dá o equilíbrio que precisamos.

    Beijos

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Fique à vontade!
Os comentários têm a função precípua de precipitar a maturação da reflexão, do texto “apossado”. É um ponto de partida, sem o ponto de chegada. É o exercício da empatia no rompimento do isolacionismo, posto que, tudo está conectado. É a sua fala complementando a minha. Por isso mesmo fique à vontade para o diálogo: comentar, concordar, discordar, acordar...