João sem Braço
A atitude reclamada é a honestidade. É a determinação em propagar a ética, na congruência do dizer e fazer. É cultuar o respeito mútuo, na compreensão plena de liberdade e patriotismo, evitando assim a asfixia social. É responsabilizar-se, solidariamente, por tudo que diz respeito a todos.
As pessoas são imperfeitamente diferentes umas das outras, inclusive pelos significados que cada uma dá em relação às vivências, ainda que sejam as mesmas. É a percepção de cada um que traduz, subjetivamente, a concepção que se tem da realidade. E aqui começam os ruídos. Invariavelmente somos tentados a supor que a minha "tradução" é a mesma do outro. Então, o outro, passa a ser construído sob este prisma. E, na ausência de cuidados, a "verdade" de um teima sobrepor-se à do outro. Não se atenta à elaboração interior que se processa no outro, sob a égide da individual percepção, tomada com convicção de ser a mais acertada.
A atitude é de empatia e compreensão. Compreensão entendida aqui não meramente como esforço de captação das ideias, não apenas como interesse e atenção. Significa, isto sim, a empática atitude de enxergar pelos olhos do outro, de sentir suas elaborações, de compreender suas traduções da realidade, com o claro propósito de alcançar os significados que constrói. Esse cuidado, empático, é o nascedouro do verdadeiro diálogo.
A atitude aqui é a motivação. Motivação e ousadia. E isso está intimamente ligado à vontade, inerente portanto a cada um, exceto quando se permite deixá-la adormecer. É o despertamento, disciplinado e perseverante, gerando o entusiasmo vibrante. É a janela de cada um que se abre para o mundo. Quando a vontade se cala, se mantém arredia e escondida nos escombros dos caminhos, é necessário então um "mão na roda" para alavancar o entusiasmo e reanimar os passos.
A expressão é considerada aqui enquanto decisão em movimento. Não se falará, portanto, da sua origem. Importa que ela conclui os trocadilhos, isso porque o termo é multiuso, de ótima aderência às palavras solidariedade, amizade, ajuda, colaboração e tantas mais!
Mão na roda é acudir o tropeço do outro, ampará-lo, reerguê-lo e acolhê-lo no abraço fraternal. É oferecer-se em complemento, minimizando-lhe os desencontros, mitigando-lhe as frustrações, permitindo-lhe a cumplicidade do franco sorriso. É o grito de indignação que faz ecoar e contagia os submissos, elevando-lhes a capacidade de reação e de respostas tecidas na maturidade da criticidade. É fazer-se presente, quando o lamento for ouvido; é ajudar, sem esperar contrapartida; é solidarizar-se, quando o ânimo solicitar resgate; é constância de propósitos, quando o outro toma parte em nossas vidas. É não se esquivar, não furtar-se e não deixar esvanecer a declaração de companheirismo que une.
Mão na roda é cada um que consente o perdão, que respira compaixão, que se veste de altruísmo, que não abdica do amor ao semelhante, mesmo quando este é um desgarrado social malgrado em sua solitária condição. É ser "pau pra toda obra", quando os próprios atos puderem fazer diferença. É servir, verdadeiramente, como esteio onde o outro recupera as próprias forças e se refaz para a continuidade da caminhada!
Vc sabe que vir aqui é uma mão na roda, pois além de aprender, eu apreendo; e se isso não fizesse estaria marcando touca. Abçs.
ResponderExcluirQuantas e nós estamos sempre a usar.
ResponderExcluirObrigada pela sua visita ao meu blog.
estou te seguindo
:*
Gilmar, mais um post ótimo. E o bacana é que além dos trocadilhos que encaixam-se muito bem em algum momento, você fez uma dissertação sobre o que significam e como você os vê.
ResponderExcluirUm barato!
Um beijo
Muito legal estes trocadilhos... Adorei!
ResponderExcluirTenha um maravilhoso final de semana...pleno de alegrias...
Beijinhos
Valéria
Oi, Gilmar
ResponderExcluirEstou saindo do ES pois sou também "pau pra toda obra"... muitas vezes...
Saio ilesa, Deus me protege do mal que tenta afligir-me no cotidiano na luta em prol da vitória do Bem.
Ótimo fim de semana e votos de paz!
Gilmar,
ResponderExcluir"Marcar a touca" eu não conhecia e confesso que não entendi... Depois me explica mais?
Perfeita a sua definição sobre empatia, quando fala sobre "pisar em ovos". O assunto me fascina e estou às voltas com ele... Não é de hoje!
Admiro a sua sensibilidade e acho que o desenho mais claro dela é a frequente presença de mulheres comentando seus textos. Ou não?
Grande abraço, meu amigo. Um bom fim de semana pra você também!
Michelle