Meus Rabiscos
Lembranças
reviradas... Bons momentos! Grandes momentos! Num deles, logo depois de deixar
a Direção da FACEB, em Brasília, fui convidado por talentosos alunos do Curso
de Turismo para ser o paraninfo da turma e, com extremado orgulho, compareci.
Essas são as palavras que puderam ser servidas, numa fala de agradecimento e
profunda fé. O que foi dito guarda relação com um "amontoado" de
outras coisas do cotidiano. É só uma questão de permitir-se. Eis o texto:
Meus queridos alunos,
O que falar a vocês quando a emoção embarga a
voz, provoca a lágrima e faz encher a alma de carinho, afeto e pertença?!
Hoje preciso confessar a minha incompetência
para encontrar palavras capazes de traduzir o que se passa dentro deste
educador! Então, com toda a humildade, recorro a Fernando Sabino e ouso
parafraseá-lo, notadamente quando diz:
De tudo ficaram três coisas:
a certeza de que estamos sempre começando...
a certeza de que é preciso continuar...
a certeza de que seremos interrompidos antes
de terminar...
PORTANTO DEVEMOS
fazer da interrupção um caminho novo...
da queda, um passo de dança...
do medo, uma escada...
do sonho, uma ponte...
da procura, um grande encontro!
A caminhada que fizeram, ou melhor, que juntos
fizemos, numa Casa de Educação que não teve medo e nem se acovardou no seu ato
sublime de fazer a verdadeira educação; que se escancarou a todos que dela se
serviram e que comungou, com fidelidade, dos sonhos que vocês ousaram erguer em
suas vidas, essa caminhada, com certeza absoluta, permitiu a formação de seres
humanos ricos em valores e princípios, mas também de inquestionável e
indiscutível competência, sobretudo porque emprestaram as suas melhores
atitudes e propósitos nessa formação profissional.
Eu, enquanto educador, continuo acreditando na
utopia de fazer educação conjugando o verbo coletivizar. Coletivizar
competências, propósitos, verdades, transparência, sonhos, ideários...
Coletivizar princípios e valores reclamados num mundo, ainda hoje, tão
conturbado e de tantos desencontros.
Eu aprendi, nessa jornada, a grande lição que
agora faço questão de propagar, onde quer que eu esteja: a lição da pertença!
Então, caros alunos, não se distanciem daquilo
que me ensinaram. Busquem viver, em profundidade, a lição da pertença! Pois, que adianta a eloquência, se a
arrogância é o que se sabe oferecer?
Que adianta o alto desempenho, se a
prepotência é a atitude conservada?
Que adianta a capacidade de organizar e
desenvolver propostas e projetos, se a ausência de respeito e humildade fazem
imperar o ranço podre do poder e do mandonismo?
Que adianta a capacidade de empreender, se não
aprendo a exercitar a lição da coletivização das competências dos que me
cercam, pois afinal, o ignóbil status de estrela solitária precisa sobressair?
Que adianta a performance de excelência
em resultados, se encimesmado, subjugo a ética e violento a honestidade e a
integridade dos seres que perfilam ante a minha avidez por dividendos?
Não é pela licenciosidade que a autonomia do
pensar e do ser será construída. Ao contrário, será por meio da aflorada
criticidade e capacidade de transitar, respeitosa e sabiamente, nas diferenças.
Caso contrário, ainda que eu me considere um esplêndido profissional, a grande
verdade é que não passarei de um medíocre, submisso, subserviente e descartável
escudeiro de outros interesses.
Então, peço a cada um de vocês, que
aguerridamente alcançaram a formação que agora saboreiam:
1- Nunca se esqueçam da grande lição de pertença
que ensinaram;
2- Jamais se afastem dos princípios que
norteiam suas vidas;
3- Em hipótese alguma ignorem a história de
vida que constróem, dia após dia, com verdade, ética e justiça.
Obrigado por me ensinarem tanto! Fica o
convite de Sabino: construir escadas e pontes para os grandes encontros que a
vida oferecerá!
Eu me orgulho muito, mas muito, de cada um de
vocês!
Um grande e enorme beijo no coração de cada
um!
Sejam muito felizes!
Publicado originalmente em 07 de maio de
2010
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