"Processos são passos dados em direção a algo, mantendo certa
unidade e regularidade, sob influência de alguma coisa endógena e exógena.
Nas
instituições, esses passos delineiam uma dança cuja natureza é resposta à
música administrativa adotada.
Na dança das
escolas, os dançarinos da gestão educacional não podem perder o ritmo. (É
preciso dizer que todas as relações escolares se constituem, indubitavelmente,
gestão educacional, já que visam a ações planejadas de aprendência e
ensinamentos entre si e consigo mesmos e as propiciam.) Se algum destrambelhado
não cadenciar — dance ele sozinho, com outro ou outros — esse desastre afeta todos os seus colegas,
comprometendo a estética funcional da instituição. No mundo de eficientes
metodologias administrativas de hoje, como no maravilhoso mundo grego de
outrora, o que é belo para alguma coisa é-lhe também bom.
Qualquer
desafinação da composição musical da escola não só pode prejudicar a
performance executiva de cada sistema, como comprometer a sua imagem interna e
externa.
Como a dança
requer técnica e expressividade almejando o belo, ela se caracteriza como arte.
É processo artístico em andamento, mas, também, produto intermediário em busca
de um produto final cada vez mais aprimorado.
Individual e
coletivamente, os dançarinos carecem de ensaios e atualizações técnicas
constantes; graça e garra na coreografia do cotidiano; engajamento e maturidade
emocionais; comprometimento pessoal; sintonização de um com o outro e de todos
com as danças institucionais. No emaranhado dessas danças, há aquelas que
analisam, informam, projetam e checam as outras, que, para serem magistralmente
dançadas, precisam de instrumentos que toquem adequadamente.
Quem
dança — independentemente de ser
dançarino principal, coadjuvante ou mero figurante —, se não desafinado por desídia,
incompetência e que tais, contribui relevantemente para o êxito do espetáculo
institucional. Assim, merece cooperação dos colegas, respeito humano,
reconhecimento dos públicos a que serve, direito ao usufruto pleno do diapasão
que lhe cabe na instituição.
Os diversos e
vários processos utilizados pela escola, para o desempenho máximo de suas
funções de educadora maior da sociedade, requerem dançarinos exímios e
dedicados.
Qualquer que
seja a dança do organismo institucional, das mais complexas às mais simples, os
setores e pessoas que nela trabalham devem, sempre, estar harmônicos, por mais
competitivos sejam aqueles e competidoras estas.
As danças
decorrentes das músicas administrativas adotadas por esta ou aquela escola,
conforme sua missão, visão e metodologia, não podem deixar de seguir os sábios
ensinamentos das danças circulares para alcançar a apoteose institucional.
As danças
circulares, que existem desde as comunidades primitivas às pós-modernas de hoje
e nas diversas partes do mundo, dizem-nos que se dança de mãos dadas uns com os
outros, para que ninguém perca o ritmo, porque a beleza do espetáculo só pode
ocorrer se não houver exclusão ou humilhação de ninguém.
Espera-se, dos
maestros e maestrinas que regem as músicas das escolas, um gestual de batuta no
ritmo e na harmonia adequados às danças que geram a formação eficaz, eficiente
e integral dos dançarinos escolares: alunas e alunos; professoras e
professores; administradoras e administradores; administradas e administrados."
Fernando Caramuru Bastos Fraga
Editorial da Revista Dois Pontos - nº 43 - julho/agosto de 1999
Olá, Gilmar
ResponderExcluirA música enaltece o melhor de nós e deve ser bem ensinada nas escolas para formar bons valores...
Abraços fraternos de paz e bem