Parafraseando Sabino, da caminhada ficam três coisas: a certeza de que estamos sempre começando.... a certeza de que precisamos continuar... a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar... Assim, o exercício da aprendizagem convida a fazer da interrupção um caminho novo... da queda, um passo de dança... do medo, uma escada... do sonho, uma ponte... da procura, um encontro. Os passos não podem ficar adormecidos na estrada...
sábado, 27 de julho de 2013
Remexendo o baú
Pois é... Remexer em arquivos de backup dá nisso! Vasculhar arquivos é relembrar o tempo ido... O que é impressionante é que a poesia não se envelhece nunca e os rabiscos, um dia lançados a ermo, de repente são resignificados, ganham outros contornos, permitem outros voos, que não assombram... ao contrário, permanecem convidativos.
Numa dessas "remexidas" resgatei o texto construido, talvez por outro cara, ou quem sabe, pelo mesmo cara que ainda mora nesta alma de caminheiro. Eis o texto, que à época chamei de "Cumplicidade Virtual":
O ato da indagação supõe ousadas vontades travestidas de incertezas e incólumes desejos,ambas as coisas, nascidas do sonho vivido.
Sonho que, inerte, pergunta se vale o caminhar...
Se o caminho existe...
Se espinhos são oferecidos...
Se pés descalços merecem o chão...
Se o caminheiro não é virtual...
Tão somente virtual...
Nesse íntimo e sombrio solilóquio, ainda matizado pela virtualidade, manifesta-se a euforia que não ressente o medo...
Que imagina a face, mas não vê o olhar...
Que toca os lábios, mas não ouve os sussurros...
Que se deleita na pele suave, mas não mergulha na alma...
É quando então ressurgirmos e junto carregamos o medo.
Medo de ousar...
De viver...
De pertencer...
De permitir-se...
De encontrar e desencontrar...
Medo do sonho ser verdade e da virtualidade, ainda que desconhecida a incompletude, faça repousar, insana, a vida em frenesi.
Só uma palavra então é permitida à imensidão dos olhos, ao sussurro da voz e aos inquietos gestos de busca: ENCANTAMENTO.
Já não há medo!
Já sou cúmplice do jeito de andar!!
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Os comentários têm a função precípua de precipitar a maturação da reflexão, do texto “apossado”. É um ponto de partida, sem o ponto de chegada. É o exercício da empatia no rompimento do isolacionismo, posto que, tudo está conectado. É a sua fala complementando a minha. Por isso mesmo fique à vontade para o diálogo: comentar, concordar, discordar, acordar...