quinta-feira, 6 de julho de 2017

Educação: o voo da águia

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Educar é desaprender

as regras da subjugação

reaprender pensar e sentir

rompendo a educastração

na percepção crítico-criadora

da pedagogia da transgressão.



Rimando Logos com Eros

nos repertórios da educação

conjugando corpo e mente

nos processos de criação

tocamos a busca da inteireza

na alquimia da transmutação.



A sala de aula deve ser

um espaço de celebração

onde os ritos de passagem

vão marcando cada lição

com o vigor da selva da vida

em seus ciclos de renovação.



Primando pela busca do ser

em que o humano é primordial

e o ter, um meio, instrumento

caminho que leva ao essencial

cuidando dos valores fundos

que lapidam nosso ser primal.



A educação é uma travessia

que conduz a novos lugares

nos desafios e investigações

que abrem novos caminhares

expandindo as consciências

na pluralidade dos olhares.



A verdadeira educação

nos mobiliza como espanto

da vertigem das novidades

suscita admiração, portanto

emergindo o extraordinário

que às buscas dá encanto.



As teias da educação

são tecidas coletivamente

onde educando e educador

as bordam conjuntamente

numa dialogia criadora

de relação interdependente.



A educação deve ser nutrida

Com o néctar do amoroso

Na fibra da ação da coragem

No âmago do coração fogoso

Em que o mistério da sedução

Conduz ao humano prazeroso.



A preciosa ação educativa

tem o propósito primordial

de buscar sentidos profundos

do nosso ser mais transversal

levando ao autoconhecimento

convergência do corpo mental.


Miguel Almir L. de Araújo. Revista Dois Pontos, nº 43, Julho/agosto de 1999, V. 5, P.13 - Reflexões.


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